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a Remetente
Sabe o Grilo Falante, de Pinóquio? Talvez eu só esteja em busca da minha humanidade, e Hans seja a minha consciência gritando alto. É sempre mais fácil escrever para alguém e se você supor que a pessoa te conhece a tal ponto de compreender suas maiores loucuras e seus piores pensamentos... As palavras correm soltas. Você deveria tentar qualquer dia desses.


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Correspondências

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

sobre AMIGOS, Daila e sentimentos;

Sabe Hans, acho que nunca damos o real valor as pessoas. Assim, você sabe que ama alguém, mas você só tem noção do quanto isso é grande quando você perde o direito de poder realmente expressar aquilo, me entende? Por isso, acho que vou começar a fazer posts para deixar registrado o meu sentimento por algumas pessoas. Um dia farei para você, também. Prometo.

Eu sei que família conhece a gente, por que são eles que estão conosco a maior parte do tempo, mas acho que no fundo eles só conhecem 'a filha, irmã, tia'. E não a pessoa em si. Poucas pessoas nos conhecem como realmente somos – e nos aceitam assim. Eu tenho minha parcela de amigos que moram longe. AMIGOS mesmo, aqueles em maiúscula, que posso contar meus medos e eles podem apontar meus defeitos, e vice-e-versa, e me conhecendo como você me conhece, Hans, sabe que isso é fácil. Ter AMIGOS – aqueles em maiúscula – que moram longe, pra mim realmente é mais fácil, você sabe o porquê.

Difícil mesmo é ter AMIGOS – maiúscula, Hans, - que moram relativamente perto. Tanto é que se desconsiderarmos a família – que tecnicamente só enxerga uma parcela do que somos  - o número é drasticamente reduzido para UMA pessoa, no meu caso. E isso é incrível, entende? Na cidade que eu detesto, entre pessoas que eu pouco gosto, eu consegui encontrar uma pessoa que vale a pena dizer 'há exceções'. E essa realmente é uma grande exceção, por que não é uma amizade de meses. São anos convivendo com meus defeitos – que não são poucos – e ainda assim, é sincera.

Divertido que, lembro a primeira vez que vi a Daila – sim Hans, é claro que é dela que estou falando, quem mais poderia ser? – e ela me assustou completamente, HAHA Apareceu na minha sala, toda feliz e sorridente, para me 'conhecer'. E eu, ainda – mais - perdida dentro de dias cinzas, não sabia lidar bem com aquela espontaneidade toda. Você sabe, em meados de 2006, eu era um tanto mais difícil de lidar. Para cada passo que uma pessoa dava em minha direção, eu dava cinco para trás. Mas acontece que Daila passou de 'amiga da minha amiga' para minha 'AMIGA', não sei dizer quando isso aconteceu de fato. Algumas pessoas simplesmente tem esse dom de nos conquistar e – no meu caso – fazer que nos permitamos ser conquistados. Aprendi a lição nº 1 de amizade com ela, eu acho: Se permitir. Se permitir gostar, confiar; Sim, principalmente confiar, quando se trata de Carolina.

Com o passar dos anos não tivemos brigas. Nada realmente sério. Fases, sim. Minhas fases. Entre dias cinzas e ensolarados eu me afastava e voltava, afastava, e voltava... Tão egocêntrica quanto sempre – apesar de pouco admitir. Acontece que hoje, dentro de uma fase de dias negros – como disse a pouco para ela – e dentro de todo o meu EGO – tão enorme quanto sempre foi e agora admitido pela minha pessoa – eu consigo perceber claramente que meus dias seriam muito sem graça sem ela. E ainda que eu não seja a pessoa 'toda abraços' que exista, e que eu esteja aprendendo aos poucos a deixar os sentimentos serem expressados, eu consigo perceber e admitir claramente o valor que ela tem na minha vida. E ela é daqui, Hans. Só uma pessoa como ela para conseguir fazer com que eu pense que Agrolândia talvez não seja tão ruim quanto eu vejo, afinal, algumas pessoas que moram aqui valem a pena. Ela com certeza é uma delas.

Então, ainda que um dia eu consiga 'ir', me apegando fortemente as palavras daquela vidente que disse 'teu futuro é longe daqui', eu sempre vou lembrar e 'voltar' por essas pessoas. O tempo passa, leva embora pessoas, vidas, fases, cidades. Mas o sentimento, quando é verdadeiro, fica.

Este vai ficar.



sobre arrogância, insignificância e meu raio de sol;

Tudo bem, Hans.

Eu concordo com você, só dou as caras por aqui quando preciso conversar. Egocentrismo, lembra? Mas vamos direto ao ponto, sim? Não adianta ficar falando do que ambos sabemos. Hans, acredito que todos nós temos defeitos, alguns mais escondidos, outros nem tanto. Eu sempre – tento! – cultivar a humildade e a modéstia, mas sabe de uma coisa? Até minha maneira de cultivar chega a ser arrogante. Eu sou uma pessoa terrivelmente arrogante, que acha que está um nível acima de todos os outros 'reles mortais'. Não é terrível? Mais terrível ainda é eu ter consciência disso, acho. Por que no fundo, eu não me importo, entende? Eu quero me importar, e ser humilde e modesta e, bem, tem vezes que até consigo, mas é algo falso, no final das contas. Por que dentro de mim eu 'sei' – não que esse 'saber' seja verdadeiro, talvez devamos substituir por 'sentir' e entender a ilusão que possa existir aí – que sou superior à eles. É o cúmulo, não é?

E o mais cômico – nem tanto, na verdade – é que tem vezes que me sinto terrivelmente insignificante. E me sinto mesmo, com todos os sentimentos do meu ser. Acho que sou essa mistura, no final das contas. Tenho isso dentro de mim, a insignificância e a arrogância. Tão irônico, Hans..

Mas sabe, eu sou uma boa pessoa. Sim, eu sei que afirmações como essa, quando verdadeiras, não são necessárias, mas enfim.. Nesse caso é. Dentro dos meus limites entre a insignificância e a arrogância eu consigo encontrar algo bom. Bom, preciso acreditar, também. Dar-se o crédito, sabe? Ainda sou criança, Hans. Amadurecendo um pouco mais a cada dia, mas sei que em toda essa minha existência nunca conseguirei chegar à maturidade completa. Bom, pelo menos disso eu tenho consciência.

Outra coisa aleatória, é que tenho percebido claramente meu humor conforme o clima. Dias quentes e ensolarados me fazer ser uma pessoa mais quente e 'ensolarada'. Já dias como hoje, bom.. Dá pra ver que estou cinza e nublada hoje, não?

Estou precisando daquele raio de Sol, sabe? Sim, você sabe.

 Eu é que não sei o que fazer com isso.
Acredito que nunca saberei, no final das contas.
A criança, certo? C.G.


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