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a Remetente
Sabe o Grilo Falante, de Pinóquio? Talvez eu só esteja em busca da minha humanidade, e Hans seja a minha consciência gritando alto. É sempre mais fácil escrever para alguém e se você supor que a pessoa te conhece a tal ponto de compreender suas maiores loucuras e seus piores pensamentos... As palavras correm soltas. Você deveria tentar qualquer dia desses.


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Correspondências

terça-feira, 8 de setembro de 2015

sobre vestir minha armadura;

Depois de um certo tempo vivendo uma constante fase da vida, ela já se enquadra na minha categoria de verdades absolutas assumidas por algum motivo aleatório, mas importante. Faz um certo tempo que me decidi sobre isso, indo na contramão dos meus desejos aos vinte e dois.

Por outro lado, tal decisão também se contradiz com outro lema que adotei pra essa vida, que seria o "Não sou obrigada a nada." Não sou mesmo? Nessa questão, parece que sou. Porém, mais uma vez, em um terceiro lado (se é possível), não seria uma obrigação, se for escolha. Sincera. Necessária. Talvez uma obrigação comigo, mas nunca com eles.

Mas o ponto aqui, Hans, é que semana passada vi a promessa tremer. Tive visões de um futuro contrário, ofuscado pela simples volta. Escondi o sorriso e apaguei as previsões. Respirei fundo, tentando me manter neutra. Segura. Cheguei até a ficar um pouco indignada com meu eu tão fraco e iludido. 

Por fim, ergui o queixo, fechei a cara. Vesti minha armadura. Minha escolha é sincera, é necessária, é uma promessa que nunca foi feita, mas que será mantida, por mim, por eles, por nós. Se de fato foram tantas e tantas vidas vividas de forma similar, posso ao menos rebater que não foi de todo só.  


Permanecerei ao seu lado,
Prometo.
C.G. 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

sobre despedidas em aeroportos;

Faz poucos dias que completou quatro anos que dei adeus em um aeroporto, sabendo que nunca mais veria aquela pessoa. Existem alguns instantes, mágicos, que temos toda a certeza do mundo, e mesmo que ela se esvaia em seguida, fica a sensação. Faz quatro anos que dei adeus em um aeroporto, para a pessoa que considerava ser o amor da minha vida.
 
Lembro que quando eu estava lá, parada, olhando para ele enquanto tirava minha mala do carro, cheguei a conclusão de que não estava mais apaixonada. Eu ainda o amava, mas não estava mais apaixonada. Essa frase virou clichê nos últimos anos (não lembro se antes ou depois de dois mil e onze), mas foi um dos pensamentos mais verdadeiros que tive em relação ao amor. Deve ter se tornado clichê justamente por isso: o amor e a paixão nem sempre morrem juntos.
 
Dei adeus e embarquei em um avião. Devo ter respirado fundo muitas vezes durante a viagem. Tentado descobrir exatamente onde tudo fora perdido. Hoje eu sei que o fracasso já estava desenhado desde o início, mas na época as coisas não estavam tão claras para mim. Éramos duas pessoas tão diferentes, que só mesmo karma para ter nos juntado. 

Depois de um tempo, cheguei a conclusão que mesmo que eu declarasse que o amor havia morrido, não seria tão simples assim. Acabei por me resignar que, de certa forma, eu sempre o amaria.Talvez pelas lembranças, ou pelas pessoas que me faziam lembrar dele com um soco no estômago, ou ainda por ter sido o primeiro amor real. Coloquei na cabeça que eu sempre iria amá-lo, e pronto, assunto encerrado.

Então algo maravilhoso aconteceu: o tempo. Há quatro anos, dei adeus para uma das minhas paixões mais intensas, mas não sei exatamente quando me despedi desse amor. Talvez em algum momento entre o corte radical de cabelo e o início da faculdade. Entre lágrimas e sorrisos sinceros tiradas por um gato, sustos e alegrias em família, antes ou depois da casa nova...

Em algum momento, nesses últimos quatro anos, o amor finalmente morreu.

E eu me sinto em paz.
C.G.