Templates da Lua

a Remetente
Sabe o Grilo Falante, de Pinóquio? Talvez eu só esteja em busca da minha humanidade, e Hans seja a minha consciência gritando alto. É sempre mais fácil escrever para alguém e se você supor que a pessoa te conhece a tal ponto de compreender suas maiores loucuras e seus piores pensamentos... As palavras correm soltas. Você deveria tentar qualquer dia desses.


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Correspondências

domingo, 30 de dezembro de 2012

sobre dezembro;

Dezembro é um mês longo. Começa com meu aniversário, então de certa forma é mais... "esperado", afinal... um ano astral novinho em folha é sempre ansiado. Depois vem o estress da vibe "final do ano" e as férias coletivas parecem nunca chegar. E antes de chegar sempre tem aquela incomodação toda do meu setor... Mas enfim. Férias! 

Daí começam as festas... Esse ano a ideia era não ter nada. NA-DA. Uma palavra que não existe no dicionário do meu pai... OK, até existe, mas só quando o significado a qual ela está empregada é contra a nossa opinião. Meu pai é campeão nisso. Então... OK, festa com toda a família, os cinco filhos e suas famílias - lê-se crianças, muitas crianças - todos reunidos...

Bem, não tão fácil assim, né Hans? Você sabe... Se a primogênita não complicar, fazer barraco, incomodar, chamar a atenção de alguma forma... NÃO É ELA. Mas pra mim: um alívio. Pessoas a menos na minha casa, NÃO IMPORTA quem sejam: é sempre um alívio.

Então tudo passou sem maiores delongas...
E amanhã é dia trinta e um de dezembro.
Estava pensando em fazer algum tipo de "projeto 365 dias", mas... Muito empenho. 

Deixe que 2013 seja, assim como 2012 foi.
E foi ótimo. Ah, foi maravilhoso...


Não faço a mínima ideia do que ele me trará.
Mas me trará grandes coisas,
sempre traz, Hans.
C.G. 



 

domingo, 2 de dezembro de 2012

sobre vinte e quatro, amor antigo e possivelmente não dará em nada;

"Meu coração é tão tosco e tão pobre. Não sabe ainda os caminhos mundo."

Ah, Hans. Os vinte e quatro chegaram, felizes, felizes. Lembra da chegada dos vinte e três? Estranho te contar que aquilo pelo qual esperei nos vinte e três, acabou acontecendo sem que eu nem sequer lembrasse... E eu não tenho opinião sobre. Não sei, sabe? Simplesmente uma mensagem na inbox.
Não sei se você recebe mensagens daqueles que não estão na sua lista de amigos, mas caso receba, saiba que desejo, não apenas hoje, mas sempre, tudo de melhor na sua vida. Sei que você não quer reatar laços e respeito isso, mas acho que dar os parabéns não vai atrapalhar em nada a sua vida, né?! Seja feliz, CarolinE! ;D
E eu sou feliz. Principalmente nos últimos dias... Ah, parece que finalmente encontrei aquela luz aqui dentro, sabe? Tão bom. Tão simples. E parece que vejo aquele ciclo vicioso que tanto tempo demorei para cair fora, pairando por aí.. É como se cada vez que eu estivesse muito bem, ele voltasse para perturbar meu sossego. Sempre foi assim.

Só que agora, Hans... Agora é diferente. Não há mais esperança, lembra? Está tudo tão bem registrado aqui, você sabe melhor que ninguém. E é super divertido te contar que meu horóscopo falou disso a semana toda, e eu jurava de pés juntos que seria o outro... A parte mais divertida, foi a frase direta: "Vênus e Mercúrio no mesmo signo até quase a metade do mês podem trazer um amigo ou um amor antigo de volta, mas só para constar, possivelmente não dará em nada."

E eu sei que não dará em nada, Hans. 
Mas estou cansada de ter que repetir isso. 


Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz...
Mas tudo bem
Tudo bem, tudo bem...
 Lá vem, lá vem, lá vem
De novo...
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei.
C.G.





terça-feira, 20 de novembro de 2012

sobre lembrar o que era bom;

Sabe, Hans... Desde que comecei a escrever essas cartas, passamos por muitos sentimentos, não? Passei. E confesso - acredito que você tenha lido nas entrelinhas - senti um medo danado quando deixei de lembrar de tudo que era bom, a respeito dele. Uma parte de mim não conseguia entender como era possível não lembrar. "Meu coração é tão tosco e tão pobre, não sabe ainda os caminhos do mundo.", cantou Renato, e eu só fui entender isso hoje. 

Eu precisava, não é? Precisava esquecer tudo de bom que aconteceu entre a gente para finalmente seguir em frente. Não teria como, se as lembranças boas continuassem fartas na minha memória... Entendi.

E hoje, hoje tive aquele sentimento bom de volta. EU LEMBRO! Eu lembro das risadas, dos sorrisos. Também lembro das lágrimas e da angústia, mas ainda assim: O que é bom, ficou. E estou feliz por isso, em saber que os últimos quatro anos não se tornaram apenas lembranças amargas. Houve amor. E eu lembro dele. Só não o sinto mais. Ou talvez o sinta - uma parte da gente continua amando sempre, será? "Eu amo você, mas não sei o que isso quer dizer."

Não importa, no final das contas. Não é algo que possa ser revivido, então não se preocupe. A carta é somente pra contar a novidade: Estou feliz. Depois de muito tempo, me sinto completamente feliz, e só guardo boas lembranças aqui dentro em relação ao nosso monstro. OK, não só as boas, mas você entendeu o ponto: Sempre lembrarei das boas, as ruins são só para manter o coração esperto, por via das dúvidas.

Obrigada por estar comigo nisso.
C.G.

 

domingo, 18 de novembro de 2012

sobre quando outras pessoas te entendem;

Lembra Hans, do motivo que me fez iniciar tudo isso aqui? Ele passou, assim como muitas coisas nesse último ano, mas às vezes... Ainda sinto essa necessidade absurda de tentar explicar - ou entender - como ele pôde passar. E hoje - quase sem querer - encontrei um texto - ou uma carta? - que diz tudo. Transcrevo-a aqui, por que ela precisa ficar guardada, para eu sempre poder reler e lembrar o porquê.

O amor morreu
 
   Depois dos nossos infernos e das nossas tempestades, o que não foi carregado virou destroço de uma vida que um dia foi bonita. Nada mais parece que me cabe além dessa distância enorme que se instalou nas nossas lacunas. Os piores quilômetros são aqueles que a gente não quer ultrapassar pra não fazer esforço algum e o comodismo é o mal do século – essa doença deslocada que se apoderou do nosso desejo de ser feliz. Eu não sei mais o que imaginar.
   Faz tempo que não te escrevo. Faz tempo que as minhas cartas não tem endereço e não há quase nada que me interesse. Acho que me faltam essas coisas que as pessoas chamam de emoção e saudade e dor e solidão. Não sinto nada disso, nada parecido com tudo o que a gente tem que sentir. Ninguém sabe, mas só sofrendo é que dá pra ter felicidade – senão a vida é só um passeio tedioso e mal degustado.
   Percebi que não podia mais há três dias, quando você chegou em casa e eu nem liguei se era lá fora ou aqui dentro. Fiquei monologando dentro da minha cabeça porque me senti a pessoa mais assustada e despreparada do mundo. A gente não devia ser infeliz dentro do próprio corpo, então eu tive medo e reparei no meu remorso. E na minha falta e no meu vazio e na minha ausência. Nada mais poderia ter sido mais importante.
   Em algum lugar eu parei de te precisar – deixei de querer te precisar. Pior do que não sentir é não querer nem um pequeno pedaço daquilo ou daquele que, no caso, é você. Mas não me entenda mal, porque sei que você também já não partilha aquele antigo sentimento caloroso e íntimo que um dia foi nosso – o que existia se esvaiu aos pouquinhos pelas nossas mãos ou corações ou seja lá o que for. Só gostaria de saber exatamente em qual esquina das nossas vidas a gente deixou de se encontrar.
   Eu preciso ir.

Do tumblr coligir.
Que sempre parece ler nas entrelinhas.
(acho que é Letícia o nome dela. Bonito, não?)
C.G.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

sobre nomes de filhos que - quem sabe - um dia terei;

Se eu tiver outra filha, além da Olívia, seu nome será Leonor, Hans. Ou Leonora. Ou ainda Eleonora. Bom, eu gosto de Eleonora. Apesar que Olívia & Leonor parece "combinar" mais. Já Olívia e E-LE-O-NO-RA... Tão grande. Mas prefiro Eleonora à Leonor. 

Se ainda for procurar outra opção... Hm. Vejamos. Eu sou apaixonada por Helena ou Elena. Olívia e Elena, com certeza seria minha primeira opção... Acontece que minha irmã resolveu colocar o nome da filha de Glória Helena. Na família dela só chamam a menina de Glória. Aqui em casa, a chamamos de Helena. Não quero confusão entre H/Elenas. Terei que descartar. (Mas ficaria lindo, claro).

Existe o Sofia - foi um sonho de outro, uma vez - mas minha irmã - ela tem quatro filhos, o que eu posso fazer?! - colocou o nome da filha de Marta Sophie. Também não quero confusão entre Sophie/Sofia. Descartado.

Pesquisando sites de nomes.. BABETTE? REALLY? Quem colocaria o nome da filha de BABETTE, meu Deus? BALBINA. Pior. ... E Genji? HAHA Ai que medo.

Olha... Eleonora significa Iluminada. Que tal? E Helena: Repleta de luz. Uma bela dupla, hã? Mas não deixarei minha azeitona, digo, Olívia, de lado. Quem sabe se eu tiver três... Olívia, Eleonora e Helena. Augusto terá muito trabalho em cuidar das irmãs...

Em 2010 tive um sonho terrível, em que eu tinha gêmeos - meninos - e não sabia o nome do outro. O primeiro era Augusto, claro. Depois daquilo, acordei e escolhi um nome: Noah. Eu gosto de Noah, mas acho que não colocaria... Queria algo sem H, Y, K... Essas frescuras, sabe? 


Talvez seja melhor esperar chegar.
C.G.

 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

sobre soluções que não solucionam;

Ah, Hans...

Acho que novembro será difícil. Tem Sol, faz calor, uma maravilha... Mas lá fora, sabe? Aqui dentro as coisas ainda andam complicadas. Ezequiel pseudo-resolveu os problemas financeiros lá em casa... Bom, na verdade ele assumiu as dívidas, e pagará todas nos próximos três meses. Se por um lado estamos sem dívidas, por outro... estamos sem dinheiro. Será que meu raciocínio está tão errado assim?

Seguinte: Ao assumir as dívidas e pagar bem além do valor da pensão que ele dá em casa, ele cortou a pensão – pelo menos por esse mês, mas nada garantido que pagará nos próximos dois – eu acho justo, realmente, mas... Com a pensão dele, minha mãe paga água, luz, leite, e às vezes – ele iria aumentá-la esse mês – sobra pra comprar comida ou algo assim. Daí sem a pensão... Bem, não temos dinheiro pra pagar água, luz, leite... e comida, HAHA Então, se ele ajuda por um lado – e ajuda muito! Ressalto que não estou dizendo que ele está errado, só estou colocando a minha visão dos fatos – ele atrapalha por outro, e no final: continuamos trancados.

Não temos dinheiro para fazer uma compra mensal no supermercado. Não temos dinheiro para pagar água, luz e leite. Não teremos dinheiro tão cedo pra comprar o box, granita, sugar... As pedrinhas lá pra trás de casa... As coisinhas mínimas, mas que estão custando demais pra quem não tem dinheiro, sabe?

Se ele tivesse aceitado a minha solução, e refinanciando o empréstimo que ele fez no nome dele, mas eu que estou pagando... Seria muito melhor! Estaríamos pagando juros? COM CERTEZA, mas com o valor da parcela do empréstimo eu não conseguiria pagar tudo e ainda comprar as coisas, por mês. E se eu tivesse o empréstimo e pagasse tudo, ele continuaria dando a pensão dele em casa, e sobraria pra água, luz, leite, comida... Você entende meu ponto, Hans?

Eu já queria uma solução TOTAL, e o empréstimo/refinanciamento seria essa solução. Assim, só temos a solução parcial... Continuamos trancados, sem dinheiro, de mãos atadas... E também não dá pra dizer isso pro Ezequiel, ou ele vai nos achar muito injustos... E talvez tenha razão. Mas é que eu estou vendo a situação pelos olhos da minha mãe – quando foi que me tornei essa pessoa, Hans? – e é isso que ela vê: “Como é que vamos comprar comida, meu Deus?”

Situação complicada, é como eu disse. A única coisa que vai sobrar do meu décimo – eu tenho que pagar mil reais que meus pais devem pro Ezequiel, lembra? – são duzentos reais... Que eu queria aproveitar o final do ano, mas desse jeito nem dá. O problema é que com duzentos reais não dá pra comprar quase nada no supermercado. E aí?

Já estou cansada, Hans.
Novembro devia ser mais fácil.
C.G.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

sobre falta de dinheiro e soluções;

NOVEMBRO, Hans.

O ano finalmente está acabando – e claro que ainda estou na vibe de falar do ano, como se fosse 31 de dezembro. Mas astrologicamente falando – e numerologicamente, também – meu ano termina em 30 de novembro, então... Me vejo no direito de antecipar a lista de coisas realizadas em 2012. Ou não. Em algum momento isso vai acontecer, de qualquer forma, prepare-se.

As coisas andam boas e tensas lá em casa... Meus pais estão preocupados com as dívidas batendo na porta e o dinheiro não entrando... E eu não posso fazer nada. Meu salário JÁ está todo comprometido com empréstimos, financiamentos, pisos, supermercado... Eles vão ter que ficar desesperados mesmo – eu realmente não posso fazer nada. E acho que o desespero é em vão, sério, Hans. Não é como se tivéssemos devendo a casa toda! Ou metade dela... O valor do desespero é irreal.

Já estou pensando do mesmo jeito da minha tia “Construir a casa era importante, pagar as dívidas também, mas isso eu pago quando estiver morando dentro dela... Eles não vai me arrancar lá de dentro, vão? Então! Eu vou pagar, eles só precisam esperar...” E minha tia devia a casa toda. Nós devemos CINCO MIL REAIS. É. SÓ. Construímos uma casa de mais de cento e cinquenta mil, e meus pais desesperados por dever cinco mil reais, pfffffff...

Eu entendo a lógica “1. Estamos devendo. 2. Precisamos pagar. 3. Não temos dinheiro.” É bem simples, e é terrível, OK, mas não deve ser desesperador... né? Ah, sei lá... No fundo estou cansada de tentar me virar em trinta, colocando todo meu salário na casa, enquanto meu irmão, que ganha de cinco a seis vezes mais que eu, não ajuda nem metade do que eu ajudo – financeiramente falando. CANSA.

E sendo egoísta, do jeito que só uma sagitariana com ascendente em sagitário sabe ser, se ele não está se importando – e meus pais não estão cobrando dele – por que eu deveria me importar e fazer mais uma dívida para ajudar nesses cinco mil? Eu sei que é super egoísta, mas... Me permito ser, neste ponto.

Vou esperar cair do céu –NOT. Nem precisa cair do céu, é só os que estão devendo para meu pai PAGAREM que a gente sai do sufoco. SIMPLES. Ou meu pai poderia vender a caminhoneta. Mas nunca se deve vender coisas quando se está desesperado... Eles pagam mal. Então... Ah, vamos todos parar no SPC e SERASA e ano que vem resolvemos isso... HAHAHAHAHAHAHA I’m kidding! Seria suicídio na certa.

Enfim, é bobeira o desespero, mas não aguento chegar em casa e encontrar meus pais que nem perú, olhando para os pés, por causa dessas dívidas. Só que eu não consigo achar uma solução que vá resolver o problema – não tenho MAIS margem no salário, para MAIS um empréstimo. Não adianta pegar mil e meio emprestado do meu irmão – EMPRESTADO, você leu bem – e ferrar com meu décimo e minhas férias, se depois vamos estar trancados por três mil e meio... E assim vai. I’m tired.  So tired...

Well... I need money, 
and I don’t know what I can do ._.
C.G.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

sobre... crescer;



Muita coisa tem mudado esse ano, Hans. Talvez seja por eu estar no ano pessoal 9, fechando ciclos, aprendendo lições, só esperando 2013 começar com o otimismo do 1. Ou não, talvez eu só tenha crescido. E cresci mesmo, sabe? 2012, como previsto, foi definitivamente o meu ano. Me conheci melhor. Admiti erros. Reconheci as mudanças. Me permiti ser.

Ontem conversando com a Juba, cheguei a conclusão de que virei uma pessoa adulta, mas ainda com certo receio em admitir, confesso. Não é engraçado? Quando somos jovens, nos consideramos adultos, donos do próprio nariz, maduros, responsáveis... Mas quando finalmente nos tornamos ESSE adulto... Parece tão precipitado.

2012 deve ser sempre lembrado - por mim - como o ano em que finalmente me tornei dona do próprio nariz, madura e responsável, uma adulta... E não fiz grandes coisa, não. Mas fiz. É meio contraditório mesmo. A questão é que passei a enxergar o mundo através de outros olhos... Menos egoísta. Menos ingênua. Talvez ainda sou um pouco criança, por acreditar que o mínimo que eu fizer, pode fazer a diferença, mas essa criança não quero perder. Deixa a esperança aqui comigo, que é essa fé de que tudo pode melhorar que me salva em alguns momentos.

Mas bem, voltando as mudanças... Hans. Dois anos atrás - SÓ DOIS ANOS - eu estava indo para Belo Horizonte. INDO. Não importava como, eu simplesmente ia. Não pensava em ninguém, além de mim. Ia ser fácil, pelo jeito... Ainda bem que não deu certo. AINDA BEM. A vida ia me dar uma bela de uma surra... Talvez tenha dado, em algum universo alternativo.

Esse ano me comprometi com a construção da casa. E sabe o que aprendi com isso? A ser menos egoísta. Confesso que comecei o ano sendo egoísta, eu ajudava nas despesas, mas era mais uma forma de me auto-promover. A coisa mudou. De tanto ajudar, acabei perdendo esse egoísmo, e encontrando essa COISA... Me tornei uma adulta, tive que amadurecer na marra, já que meus pais já não dão mais conta de tudo. Digamos que estou mais responsável... por eles.

E sabe, Hans... Lembra do sonho de ir embora, morar numa cidade grande, tudo o mais? Passou. Eu sei que não sou mais capaz de me afastar dos meus pais. Aprendi muito esse ano, mas a lição mais importante foi: Eles são tudo para mim. Preciso estar com eles, cuidar deles, protegê-los. Meu pai está com sessenta e três anos. Minha mãe com cinquenta e oito. Não são mais criança. E nem eu. Eu não sei qual é a minha missão nessa encarnação, não sei se estou cometendo um erro enorme, mas... Não posso lutar contra: Estou aqui por eles. Qualquer missão que se diferencie disso, terá que esperar algumas décadas.

Mas no fundo, lá no fundo...
Sei que acabei descobrindo.
Essa é a resposta, Hans.
C.G.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

sobre outubro e o último trimestre;

Outubro. Hans.

Chegamos ao último trimestre de dois mil e doze. Passou rápido, não foi? Mentira, nem passou. Lembra quando estávamos querendo se mudar e os dias não passavam? Agosto não passou, daí veio setembro e... tudo vôou. E agora continua voando. Teremos as eleições municipais neste próximo final de semana. E acho que todos os agrolandenses já sabem o resultado. Alguns já comemoram, outros insistem em não enxergar o que está bem na sua frente. A questão é: só saberemos quem é quem às 17h do dia 07.

E eu podia fazer todo um discurso sobre os lados e chegar a conclusão que todos vão vencer, no final das contas, mas acho melhor deixar pra lá. Que vença o melhor!, alguém disse uma vez. Que assim seja.

Acordei com uma certa melancolia hoje - mas li que a Lua está em Netuno, acho que isso explica. Sei lá, parece que não fiz nada esse ano, Hans. Mas fiz tanto! Lutei por nossa casa todos os dias, me comprometi com isso, e consegui. E ainda faltam algumas coisas e continuo me comprometendo em tê-la cem por cento finalizada. Não dá pra ter tudo, Hans. Construir, viajar, fazer faculdade, comprar o carro. Bom, até daria, mas daí eu teria que ter nascido rica, e acho que não haveria muito comprometimento...

E também tivemos todo aquele problema com minha mãe, mas tiramos ela de casa sábado - fomos conhecer a HAVAN - e acho que ela está um pouco melhor. Aparentemente. Acho que entendo o ponto dela, esse vazio de ter conseguido aquilo que tanto queria. O cansaço de ter lutado tanto, e finalmente vencido. Não é muito animador pensar em novas lutas. Às vezes você só quer se entregar, Hans.

Bom, mas no final das contas, acho que dois mil e doze terminará em saldo positivo. Tivemos perdas. Tivemos conquistas. Claro que em três meses tanta coisa pode acontecer...

E teremos que sobreviver.
Não importa ao que.
C.G.

domingo, 23 de setembro de 2012

sobre pensamentos aleatórios e ideias indevidas;

A vida é estranha, Hans. Essa constatação tem me perseguido faz um certo tempo... E você nem imagina o porquê. Bom, deve imaginar. Mas conta para mim: Você também não acharia estranho se aquilo realmente fosse real? Ou se torne real. Não sei.

Tenho medo. Quero. Mas tenho medo, e no fundo já nem sei se quero tanto assim e chego a conclusão que nem quero. É estranho, já disse. A vida devia ser mais fácil. Sei lá, ter um certo roteiro para seguir - um roteiro consciente, de preferência. Saber que meu inconsciente sabe, e - teoricamente - eu não, meio que me irrita. Enfim, você entende o ponto.

Eu poderia deixar as coisas acontecerem. Eu sei. Mas também não acho que resolveria, não nesse ponto que já cheguei. Impossível não racionalizar, né? Se eu não tivesse pensado sobre... talvez. Ou não. Mas agora já pensei, penso, penso, penso, penso. É demais. E também não é uma decisão que eu possa tomar, por que isso não deve ser algo racionalizado, já disse. Deveria simplesmente acontecer ou não acontecer. Mas agora que pensei, eu posso deixar acontecer - e isso implicaria em eu querendo que aconteça, e... dá merda, Hans. Ou eu posso não deixar acontecer - e acho que as coisas ficariam meio.... weird. Cadê o agir naturalmente, daí? FALANDO SÉRIO: Cadê o agir naturalmente em qualquer das opções?!

Merda, Hans. Existe o não escolher nada, ficar pensando... Que é o certo, no final das contas. Mas o problema é a naturalidade da amizade. Como você vai ser amiga - normalmente - depois de ter tido certo pensamentos - com cores!? 

Não vai dar em nada. Mas eu precisava falar, sabe? Mas ao mesmo tempo não posso FALAR e colocar todos os pingos nos is e dar nome aos bois, por que daí minha paranóia se tornará real. E eu não quero que se torne real. Deixa aqui dentro, quieto, adormecido, se mexendo de vez em quando, virando para um lado e para outro, mas sem incomodar muito. Bem, talvez um pouco.

Pelo menos seria algo totalmente sincero, né? Já falei sobre o dèja vú, e ele me chamou de medrosa. Ah, Hans! Existe um sininho aqui dentro badalando sem parar: "Mas já pensou que estranho seria se acontecesse? ;O" É um pouco mais efusivo, na verdade, tipo: MEU DEUS! MAS E SE FOSSE VERDADE????????????! E SE FOSSE PRA SER DESDE O COMEÇO!!!???????"

Complicado, Hans.
Mas tem tudo pra não dar em nada, respire, Hans. 
Lembra da promessa de não se envolver com quem mora longe?
Lembra do medo? PAVOR. Então. 

E nem é se envolver, PELAMORDEDEUS! É só um pensamento. Um sino insistente. 

Devagar e sempre.
Já passou, já passou.
Quem sabe outro dia.
 C.G. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

sobre o pós mudança;

Sabe aquela alegria da casa nova e própria, as expectativas de uma vida feliz e mais fácil? Ilusão, Hans. Não para mim - ainda acho bem mais feliz ter meu quarto do que dividí-lo, e ter dois banheiros na casa - mas para meus pais. Andei com medo - ainda ando, confesso - que minha mãe cairá em depressão. Por quê? Não é a coisa mais absurda do mundo? Casa nova. Casa LINDA e nova. E minha mãe cansada, estressada, incomodada... E muitos outros 'adas'. Não entendo, de fato.

Minha chefe diz que é a expectativa, que foi, na verdade. Que a casa foi tão esperada, por tantos anos - 17! - que agora que ela finalmente existe... Bom, não é tão simples quanto parece. Ainda tem muita coisa pra fazer - a frase "Teremos menos serviço." era ilusão, assim como a "Tudo terá seu devido lugar." Bom, faz exatamente UMA SEMANA que nos mudamos. Uma semana. E as coisas até que estão bem organizadas - comparando com semana passada, achei que ficaria louca no meio da desordem total.

Claro que a casa é grande. Claro que nós também a sujamos - como sujávamos a anterior, e claro que nós também a limparemos. Mas para a minha mãe, Hans... está tudo tão difícil. Para ela. Não posso dizer que é ela que está dificultando - apesar de esse pensamento ter passado pela minha cabeça - por que... bem, não sei exatamente o que ela está sentindo e pensando, não dá pra dizer: "Não é assim que é, mãe." se na cabeça dela... É assim.

Minha chefe também disse que isso vai durar um mês.



Só falta mais três semanas, Hans.
Três longas semanas, aposto.
C.G.

sábado, 8 de setembro de 2012

sobre mudanças, mudanças, mudanças.

Hey, Hans!

As coisas andam agitadas por aqui. Agosto foi bom, contei? Mas claro que setembro... aaaaaaah... Setembro é o mês da - finally! - mudança. Estamos nela, na verdade. Te escrevo em meio a caixas, pilhas delas, móveis fora do lugar... Por sorte ainda resta algumas coisas essencias... Se bem que pouco antes lembrei que todos os meus casacos - inclusive os ditos "leves" - já estão lá na casa "nova". E é pra chover, qualquer dia desses. Sinto frio, você sabe.

Fora a mudança... Bem. Só mudanças internas. Foram tantas, você não acha? Lembra um ano atrás quando comecei a te importunar? Lembra o motivo? Eu também lembro, mas não sinto mais. Repeti isso muitas vezes por aqui. É... divertido. É libertador, Hans! 

E as férias estão sendo boas. Não que eu possa realmente descansar, isso não dá, mas meu trabalho não cansa, eu canso é das pessoas. E isso está sendo ótimo, só socializando com a família. Enough.

Você é sempre exceção.
Volto a escrever na casa nova.
C.G.




terça-feira, 21 de agosto de 2012

sobre um "até logo";


If she had wings she would fly away,
And another day God will give her some
Trouble is the only way is down
Down, down

As strong as you were,
Tender you go
I'm watching you breathing
For the last time
A song for your heart,
But when it is quiet,
I know what it means
And I'll carry you home
I'll carry you home

Vai com Deus, tia.
Nós nos veremos, nessa vida ou em outra.


Eu prometo. 


segunda-feira, 30 de julho de 2012

sobre fraco mortal;

Sabe quando sua mente não descansa? É terrível! Se tem uma coisa que eu nunca sofri – até essa semana que passou – foi insônia... Eu amo dormir! Como posso ter insônia? Enfim, minha mente está nesse loop eterno. Acho que um pouco é culpa dos livros que venho lendo... HAHA Você sabe como sou quando quero saber o final de um livro... Pior quando ele é uma trilogia! Favor me lembrar de nunca mais ler livros 'em série', PLEASE. Eles são terríveis para minha mente ansiosa.

Bom, Hans. Estou lendo a trilogia Fifty Shades. E estou no segundo livro – em inglês! Acho que é por isso que minha mente está tão... alerta. Ler em inglês é mais fácil – e mais difícil – do que pensei. Eu entendo o que está escrito, mas minha mente demora a processar... me parece. É estranho. E tem esse efeito... eu fico 'falando' mentalmente em inglês, é MUITO legal, mas depois de dois dias... cansa. HAHA 

Mas agora, acho que preciso mesmo é falar sobre o livro – preciso achar uma forma de extravasar tudo aqui dentro, entende? – Não é um dos melhores livros que já li – mas não vale muito em conta, me apaixonei por Twilight quando li!!!!!!!!! Ainda bem que a gente muda de opinião com o tempo, não? – mas fazia tempo que eu não ficava tão... ansiosa por causa de uma história. E talvez seja por causa dessa coisa de Dominante e Submissa e aquela frase – que não me sai da cabeça, desde que comecei a lê-los – "Pessoas controladoras tem um fraco mortal por quem sabe controlá-las." Acho que o protagonista da história se encaixa ali, levando em consideração toda a sua história.

E acho que eu também me encaixo ali, entende? Quero dizer: Eu me encaixo ali. Você sabe por que durou tanto com o Monstro... De certa forma, ele me dominava: Eu nunca estive no controle. E aquilo me fascinava... e me aterrorizava. E bom, foram quatro anos de enrolação, até conseguir me 'libertar'. Eu sou uma pessoa dominadora, basta olhar para mim. Eu sou direta, opinativa, decidida. Eu percebi isso claramente durante a construção da casa: Fiz valer minha opinião em cada detalhe, e quando percebia que estava 'dominando' o gosto da casa, tentava retroceder – sou um tipo de dominante que se sente egoísta quando domina, HAHA – mas não é tão fácil. 

Isso me lembra os outros dois relacionamentos significativos que tive... Aqueles eu dominava. COM-PLE-TA-MEN-TE. OK. Talvez não tanto no primeiro... mas ainda assim exercia um certo controle. E me extasiava com isso. Acontece que perde a graça com o tempo. E se torna uma relação insignificante. Aqui acho que se encaixa outra citação perfeita – do meu mapa astral! -  "Costumo brincar dizendo que gente de Vênus em Escorpião tem como fantasia secreta encontrar alguém mais forte do que eles, que os rapte para uma caverna escura".

"Alguém mais forte que eles." Mais dominante. E isso está muito na minha cabeça enquanto leio Fifty Shades. Será que eu iria até naquele ponto?

Eu sei a resposta, Hans.
E tenho medo dela.
C.G.


segunda-feira, 23 de julho de 2012

sobre being Erica e arrependimentos;

Você já assistiu Being Erica, Hans? Pois devia. Em resumo, ela é "uma de nós", sabe? Desempregada, sem namorado, sem esperança no futuro – OK, não tão nós assim, mas você entendeu o ponto. E então ela conhece Dr. Tom – na minha história, ele é você :) – e ele propõe – não sem comprometimento da parte dela – uma terapia... diferente. E com resultados garantidos! E que terapia melhor do que 'ressignificar o passado'? Olha, isso está na minha revolução solar desse ano! Ano de Câncer: "Muitas vezes é preciso ressignificar o passado para poder seguir adiante, caso contrário ficamos andando em círculos. Mas observe que não se trata simplesmente de voltar para o passado e ficar lá, mas de trazer algumas coisas à luz da consciência e tornar-se, deste modo, uma pessoa mais realizada." 

Bom. A coisa começa simples: Erica faz uma lista de arrependimentos – e é enorme! – e Dr. Tom a leva de volta no tempo, para que ela... mude o que quiser mudar. "E o que você faria se pudesse voltar no tempo?" Coisas melhores. Sempre – temos a ideia – de fazer melhor. Enfim, como já estou quase terminando a terceira temporada – são pequenas, com doze episódios! -  e só resta mais a quarta – foi cancelada, não entendo o que os americanos/britânicos tem! Ou melhor, entendo: Um mau gosto terrível para séries, pois vivem cancelando as boas! Tipo FRINGE! Como puderam cancelar Fringe?! Mas OK. Isso é outro post, maybe.

Obviamente eu já vinha pensando na minha lista de arrependimentos por algum tempo. O primeiro item, você sabe qual é. Óbvio que seria um cara, não é? "O maior erro da minha vida", como costumo pensar. Acho que ele merece o primeiro lugar. E o que eu faria diferente, então? Bom, aqui se encaixa uma frase do Dr. Tom: Ás vezes a melhor coisa a se fazer é NA-DA. E é isso, eu NÃO faria. Eu me manteria distante. Bom, não sem antes o colocar em seu lugar. Eu mereço essa parte, OK? E eu tinha um vocabulário de sarcasmo tão bom naquela época! Seria bom fazer uso dele. Até imagino a cena...

OK, voltando à lista, depois desse arrependimento confesso que tive que pensar muito para achar outros – sério, a lista ta pequena! – então eu voltei para a 7ª série e resolvi que não faria bulling nenhum, nada de 'dente por dente, olho por olho'. Isso me faria sentir uma pessoa melhor, hoje. Esse foi fácil! O terceiro da lista... Hmmmm... bom, acho que mudando o primeiro, eu já – automaticamente – mudaria o terceiro, que é: Não ter aproveitado o terceirão. Não sei bem o que mudaria hoje em dia, mas eu poderia ter aproveitado mais. Pelo menos as aulas de inglês... 

Hm. O quarto me surgiu agora, e ele é super besta, mas merece estar na minha lista de criança-responsável: Não fugir de casa com meus irmãos para ir buscar meu pai. Bom, quando eu tinha uns sete/oito/nove anos, meus pais estavam enfrentando uma crise de falta de dinheiro. E casamento nenhum dá certo se você não tem dinheiro para pagar as contas e colocar a comida na mesa – palavras do meu pai. Assim, ele e minha mãe tiveram a pior briga que lembro. Meu pai 'saiu' de casa, indo trabalhar em Rio do Sul, na casa do meu tio – irmão dele. Não sei quanto tempo ficou fora, só sei que um dia meu irmão mais velho apareceu lá em casa, convidando nós para irmos buscar ele. E eu fui junto, sem minha mãe saber. Chegamos tarde da noite em casa, e aquela foi a única vez que levei um puxão de orelha da minha mãe. Eu sempre fico pensando que a deixei acordada até tarde por coisa boba. Eu não precisava ter ido. Não precisava ter preocupado ela a toa. Enfim, hoje eu não iria. Meu pai voltaria pra casa de qualquer maneira.

O quinto não é bem um arrependimento. Eu acho que me sai bem, de qualquer forma, e tenho medo do que aconteceria se eu o mudasse. Será que o mudo, ou não? HAHA Acho que sim: Eu não pediria demissão em 2009. Eu aturaria o Oscar por mais um tempo, e que me colocassem na recepção, ia ser a melhor recepcionista da história do Posto, HAHAHAHAHAHAHAHA OK. Não é pra tanto, mas era isso: Recepção ou pedir demissão. Eu pedi demissão. Acho que a recepção teria me feito bem... Não teria? 

O sexto: Eu teria aproveitado o CtBeaux com o povo de Beaux. Pelo menos teria ficado até domingo. Aproveitado a turma, conhecido mais eles. Olha, surgiu mais um (vai ficando mais fácil, acho!) Sétimo: Não teria chamado a Claudia de Sra. Experiência. Eu nem lembro exatamente por que a chamei disso, já que eu mesma dava uma de 'sra. Experiência'. Carolina, nunca enxergando o próprio rabo. Nós poderíamos ser tão amigas como éramos. Foi traição e infantilidade da minha parte. Esse realmente merece estar na lista.
E é isso, fecho esse post com sete (cabalístico, tsc) arrependimentos – eu vou lembrar de mais alguns, impossível que não, e venho fazer outro post. Mas de qualquer forma: Aprendi grandes lições com todos esses 'erros'. A frase clichê "é errando que se aprende" está me importunando, mas no final é isso mesmo.

No meu caso:
é errando que me torno uma pessoa melhor,
C.G.


terça-feira, 17 de julho de 2012

sobre expectativas aos treze;

Hans. Onde você imagina estar daqui dez anos? Pensei sobre isso uma noite dessas, antes de dormir. Não consegui – ainda – pensar sobre o futuro, acho que estou nessa fase de não criar expectativas, que até mesmo uma brincadeira sobre minha vida aos 33 – ótima idade, tantos 3! – parece... estranho demais.

Mas hoje de manhã pensei sobre como eu imaginava minha vida aos 13. Treze anos. Sétima série. Acho que eu ainda queria ser advogada/juíza/promotora. Se eu não me engano, no ano anterior havia participado da Olimpíada de Astrologia. Larguei isso aos 13, já estava percebendo que não era inteligente o bastante. Hm. Aos treze eu estava revidando, lembrei agora. Eu havia brigado – fisicamente! – com a Luana Carla, lembra? Levar um tapa na cara e dar um tapa na cara mudou totalmente o respeito da turma para comigo. Incrível. Estava cansada de sofrer bulling, blé. Cansada de sofrer... Mas daí começou a minha vez de fazer sofrer.

Falsos arrependimentos não valem nada e aos treze o ditado 'dente por dente, olho por olho' fazia todo o sentido para mim. Revidei. E continuei revidando durante todo o ano – no ano seguinte ela mudou de escola, de cidade e de vida. Será que foi por que eu a fiz sentir na pele como é estar numa sala de aula quando ninguém gosta/fala com você? Poxa, passei por isso desde a quinta e estava ali, firme e forte. Mas acho que nunca é bom provar do próprio veneno.

Hoje, aos vinte e três, admito que não me orgulho do que fiz – eu não lembro muito dessa época, pra falar bem a verdade. Normalmente só lembramos do que sofremos, certo? Por que essa parte eu lembro muito bem... Talvez ela lembre com mais detalhes. Ou talvez não. Nunca saberei. Well... pensando bem, acho que ela lembra... Alguns anos depois – quando já estávamos todas formadas, as meninas comentaram que falaram com ela, fizeram as pazes... Mas ela ainda me odiava. WHAT THE HELL?! Me fez passar o inferno por dois anos, quando revidei, me odeia por toda a vida? OK, then.

Bom, acho que sofrer bulling me tornou mais forte. Me tornou quem sou hoje, e – momento me acho – me tornou uma pessoa melhor. Estranho, não? Só acho que eu seria arrogante demais, cruel demais... E se assim ainda tenho que controlar minha arrogância e ter minhas lutas de arrogância versus humildade, imagina se eu não tivesse sido isolada totalmente aos 11? Que tipo de pessoa seria?

Mas OK, o assunto era aonde eu queria estar aos treze. Possivelmente longe daqui. Possivelmente formada. Rica. Continuo aqui, já comecei uma faculdade, já larguei. E olha, não tinha nada a ver com Direito. Pra falar bem a verdade: vou sempre passar super longe de Direito, acho que tem advogados demais no Brasil. Estou longe de ser financeiramente rica. Mas aprendi a enxergar outras riquezas – olha o momento clichê chegando.

Enfim, Hans. Estou aqui, e por incrível que pareça, estou exatamente aonde devia estar. O bulling aos treze me fez mais forte. Praticar bulling... aaah.. acho que se eu não tivesse feito, me consideraria fraca – naquela época, DARK CAROLINA, remember? - e - de certa forma - me envergonhar disso me torna mais humilde na vida.

Não sei, Hans. No final das contas, cada episódio da vida nos molda de uma forma...

E eu só sei que gosto da forma que fui moldada.
C.G.




sexta-feira, 13 de julho de 2012

sobre altos e baixos e a fase do "tô ótima";

Hans.
Ah. 

Essa semana foi intensa. Sabe aquele tipo de semana que te leva lá em cima, nas alturas, e depois te joga no chão, pisa em cima, para novamente te erguer e... Você entendeu. Tive meus altos e baixos. E sabe o que tenho percebido? Tenho tido muito disso. Muito mesmo. Mas existe aquela diferença, sabe? Eu estou sempre voltando a voar. A olhar de cima. 

Uma parte do meu salário foi cortada, essa semana. Recebi uma mensagem que me fez ter uma reação horrível - todo mundo sabia que eu iria reagir assim, menos eu, claro. Incrível. Faz parte de ser... eu. (Ou talvez nem todo mundo sabia, afinal.. who cares? Devo prestar mais atenção nessa necessidade de grandeza, dica) (Você supostamente deveria me ajudar nisso, mas OK, relevo.) 

Mas se alguém me perguntar como foi a semana, a resposta é, sem pestanejar: ÓTIMA. E é isso, Hans: Está tudo tão ótimo, e durante tanto tempo...

Será que cresci, finalmente? 
Ou melhor: Será que finalmente entendi?

Detalhes. Detalhes.




Simples assim :)
Obrigada por tudo, Hans.
C.G.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

sobre coisas aleatórias e pequenas;

Tanta coisa boa tem acontecido esse ano, Hans.
Coisas pequenas, os detalhes, mas que fazem aquele 'bem danado', sabe?

Nesse final de semana quase comprei passagens para ir para São Paulo, com a turma de Beauxbatons. Babs me ofereceu hospedagem, yey! Eu realmente poderia ir, mas sabe quando você para e pensa: Vale a pena ficar no vermelho alguns meses? Você sabe que tenho essa forte relação com dinheiro, principalmente com a parte 'responsável'. Enfim: Desisti. Bom, não desisti, apenas adiei a ida à SP, e claro, desisti de ir com a turma de Beauxbatons e – possivelmente – irei com a turma do Limbo. Setembro também chega, não? E possivelmente estarei em meio a mudanças e férias, mas uma viagem também se encaixa – a gente faz encaixar!

E Junho, Hans... Ah, Junho foi ótimo! Animado, agitado e passou voando. E o frio? Sabe que ele não deu o ar da sua graça por aqui ainda? Claro que FAZ frio, mas não aquele frio, de gear, querer sentar na beira do asfalto e chorar, aquela coisa toda de todo ano, sabe como é. Andam comentando que o inverno não será tão rigoroso esse ano. Bom.

E a casa, Carolina? A tão falada casa... Nós demos uma paradinha básica em Junho, juntar dinheiro – isso pesou na decisão de adiar SP também – esperar esquentar um pouco... Mas ela já tem escada! Chega de subir para o 2º piso em escada de construção! Rá! As coisas estão acontecendo, Hans.

Devagar e sempre.
Este é o lema do meu 2012.
C.G.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

sobre ser adulta, ter irmãos confiados e morar com os pais;


Hans, tem dia que é complicado.
Tem dias que 'Não sei', sabe?

Essa é a primeira vez – nessa existência – que me sinto meia... adulta. Completamente adulta, pra falar bem a verdade. OK. Eu já tenho vinte e três anos, já estava mais do que na hora, eu sei, mas sabe como é... Morando com os pais, você vai deixando algumas responsabilidades para eles e... WAIT! Até que você percebe que não, você na verdade assumiu as responsabilidades deles – não todas, obviamente, ser PAI e MÃE é meio demais, ainda mais quando eles tem cinco filhos cada um com uma opinião sobre a forma de lidar com eles e com a vida...

E eu entendo isso, sabe? Eu entendo que eles sendo 'pai' e 'mãe' eles tem que ser meio imparciais sobre alguns assunto. "Não tomar lados" deve ser a primeira lição quando nasce o segundo filho. E o terceiro. E o quarto. E o quinto. "É complicado" escutei minha mãe dizendo hoje ao meio-dia. Sim, eu entendo que É COMPLICADO, mas será que – nesse caso específico – não dá pra tomar um lado e dizer "OK, vocês estão certas, mas..." e mil e quinhentas palavras depois do MAS, por que nós entendemos que 'é complicado', MAS nós sabemos que estamos certas.

E é aí que entra a fase mais complicada da vida adulta de quem mora com os pais: Vai chegar um ponto, uma discussão, em que você sabe que está certa e que seus pais estão errados. Você sabe que 'é complicado', mas ainda assim SABE que está certa. Você sabe que é uma situação super difícil de lidar, bom, pra falar bem a verdade: você sabe que não tem uma forma de lidar com a situação sem ofender alguém e criar a terceira guerra mundial no Clã Félix Silva, mas você na verdade não quer lidar com a situação, você quer é que seus pais digam: Você está certa, MAS o que podemos fazer? ...... Nada."

Muitas discussões – futuras, estou prevendo - poderiam ser resolvidas assim. OK, talvez eu não seja tão adulta assim, batendo o pé ao querer escutar que outro admita que eu estou certa, mas sabe como é... Por que os pais não podem simplesmente admitir que um filho esteja errado e o outro certo? Já fizeram isso antes, e numa situação que eu aconselharia ser imparcial. Aliás: Eu FUI IMPARCIAL naquela situação! Tem alguma coisa de errada na nossa família, percebo agora.

Meus pais não sabem lidar com conflitos. Percebo agora, claramente. Talvez devessem ter parado no primeiro filho. Nunca pensei que eu diria isso, mas olha... Acho que começo a entender minha irmã mais velha. Meus pais só sabem ser imparciais em favor de uns filhos específicos. Alguém tinha que se rebelar uma hora, certo? (E levando em consideração que ela passou muito tempo longe da 'família', dá pra entender que ela se sentiu excluída em eventuais situações.)

Bom, Hans, acho que a frase da minha mãe resume tudo: "É complicado."
É complicado ter cinco filhos.
É complicado que todos sejam adultos agora e saibam sobre o que estão falando.
É complicado quando seus filhos se brigam e você não sabe lidar com a situação da forma certa.
É complicado tomar lados.
É complicado ser imparcial.


Augusto, meu pequeno raio de luz,
aqui vai um segredo: Você vai ser filho único.
C.G.