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a Remetente
Sabe o Grilo Falante, de Pinóquio? Talvez eu só esteja em busca da minha humanidade, e Hans seja a minha consciência gritando alto. É sempre mais fácil escrever para alguém e se você supor que a pessoa te conhece a tal ponto de compreender suas maiores loucuras e seus piores pensamentos... As palavras correm soltas. Você deveria tentar qualquer dia desses.


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Correspondências

terça-feira, 20 de novembro de 2012

sobre lembrar o que era bom;

Sabe, Hans... Desde que comecei a escrever essas cartas, passamos por muitos sentimentos, não? Passei. E confesso - acredito que você tenha lido nas entrelinhas - senti um medo danado quando deixei de lembrar de tudo que era bom, a respeito dele. Uma parte de mim não conseguia entender como era possível não lembrar. "Meu coração é tão tosco e tão pobre, não sabe ainda os caminhos do mundo.", cantou Renato, e eu só fui entender isso hoje. 

Eu precisava, não é? Precisava esquecer tudo de bom que aconteceu entre a gente para finalmente seguir em frente. Não teria como, se as lembranças boas continuassem fartas na minha memória... Entendi.

E hoje, hoje tive aquele sentimento bom de volta. EU LEMBRO! Eu lembro das risadas, dos sorrisos. Também lembro das lágrimas e da angústia, mas ainda assim: O que é bom, ficou. E estou feliz por isso, em saber que os últimos quatro anos não se tornaram apenas lembranças amargas. Houve amor. E eu lembro dele. Só não o sinto mais. Ou talvez o sinta - uma parte da gente continua amando sempre, será? "Eu amo você, mas não sei o que isso quer dizer."

Não importa, no final das contas. Não é algo que possa ser revivido, então não se preocupe. A carta é somente pra contar a novidade: Estou feliz. Depois de muito tempo, me sinto completamente feliz, e só guardo boas lembranças aqui dentro em relação ao nosso monstro. OK, não só as boas, mas você entendeu o ponto: Sempre lembrarei das boas, as ruins são só para manter o coração esperto, por via das dúvidas.

Obrigada por estar comigo nisso.
C.G.

 

domingo, 18 de novembro de 2012

sobre quando outras pessoas te entendem;

Lembra Hans, do motivo que me fez iniciar tudo isso aqui? Ele passou, assim como muitas coisas nesse último ano, mas às vezes... Ainda sinto essa necessidade absurda de tentar explicar - ou entender - como ele pôde passar. E hoje - quase sem querer - encontrei um texto - ou uma carta? - que diz tudo. Transcrevo-a aqui, por que ela precisa ficar guardada, para eu sempre poder reler e lembrar o porquê.

O amor morreu
 
   Depois dos nossos infernos e das nossas tempestades, o que não foi carregado virou destroço de uma vida que um dia foi bonita. Nada mais parece que me cabe além dessa distância enorme que se instalou nas nossas lacunas. Os piores quilômetros são aqueles que a gente não quer ultrapassar pra não fazer esforço algum e o comodismo é o mal do século – essa doença deslocada que se apoderou do nosso desejo de ser feliz. Eu não sei mais o que imaginar.
   Faz tempo que não te escrevo. Faz tempo que as minhas cartas não tem endereço e não há quase nada que me interesse. Acho que me faltam essas coisas que as pessoas chamam de emoção e saudade e dor e solidão. Não sinto nada disso, nada parecido com tudo o que a gente tem que sentir. Ninguém sabe, mas só sofrendo é que dá pra ter felicidade – senão a vida é só um passeio tedioso e mal degustado.
   Percebi que não podia mais há três dias, quando você chegou em casa e eu nem liguei se era lá fora ou aqui dentro. Fiquei monologando dentro da minha cabeça porque me senti a pessoa mais assustada e despreparada do mundo. A gente não devia ser infeliz dentro do próprio corpo, então eu tive medo e reparei no meu remorso. E na minha falta e no meu vazio e na minha ausência. Nada mais poderia ter sido mais importante.
   Em algum lugar eu parei de te precisar – deixei de querer te precisar. Pior do que não sentir é não querer nem um pequeno pedaço daquilo ou daquele que, no caso, é você. Mas não me entenda mal, porque sei que você também já não partilha aquele antigo sentimento caloroso e íntimo que um dia foi nosso – o que existia se esvaiu aos pouquinhos pelas nossas mãos ou corações ou seja lá o que for. Só gostaria de saber exatamente em qual esquina das nossas vidas a gente deixou de se encontrar.
   Eu preciso ir.

Do tumblr coligir.
Que sempre parece ler nas entrelinhas.
(acho que é Letícia o nome dela. Bonito, não?)
C.G.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

sobre nomes de filhos que - quem sabe - um dia terei;

Se eu tiver outra filha, além da Olívia, seu nome será Leonor, Hans. Ou Leonora. Ou ainda Eleonora. Bom, eu gosto de Eleonora. Apesar que Olívia & Leonor parece "combinar" mais. Já Olívia e E-LE-O-NO-RA... Tão grande. Mas prefiro Eleonora à Leonor. 

Se ainda for procurar outra opção... Hm. Vejamos. Eu sou apaixonada por Helena ou Elena. Olívia e Elena, com certeza seria minha primeira opção... Acontece que minha irmã resolveu colocar o nome da filha de Glória Helena. Na família dela só chamam a menina de Glória. Aqui em casa, a chamamos de Helena. Não quero confusão entre H/Elenas. Terei que descartar. (Mas ficaria lindo, claro).

Existe o Sofia - foi um sonho de outro, uma vez - mas minha irmã - ela tem quatro filhos, o que eu posso fazer?! - colocou o nome da filha de Marta Sophie. Também não quero confusão entre Sophie/Sofia. Descartado.

Pesquisando sites de nomes.. BABETTE? REALLY? Quem colocaria o nome da filha de BABETTE, meu Deus? BALBINA. Pior. ... E Genji? HAHA Ai que medo.

Olha... Eleonora significa Iluminada. Que tal? E Helena: Repleta de luz. Uma bela dupla, hã? Mas não deixarei minha azeitona, digo, Olívia, de lado. Quem sabe se eu tiver três... Olívia, Eleonora e Helena. Augusto terá muito trabalho em cuidar das irmãs...

Em 2010 tive um sonho terrível, em que eu tinha gêmeos - meninos - e não sabia o nome do outro. O primeiro era Augusto, claro. Depois daquilo, acordei e escolhi um nome: Noah. Eu gosto de Noah, mas acho que não colocaria... Queria algo sem H, Y, K... Essas frescuras, sabe? 


Talvez seja melhor esperar chegar.
C.G.

 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

sobre soluções que não solucionam;

Ah, Hans...

Acho que novembro será difícil. Tem Sol, faz calor, uma maravilha... Mas lá fora, sabe? Aqui dentro as coisas ainda andam complicadas. Ezequiel pseudo-resolveu os problemas financeiros lá em casa... Bom, na verdade ele assumiu as dívidas, e pagará todas nos próximos três meses. Se por um lado estamos sem dívidas, por outro... estamos sem dinheiro. Será que meu raciocínio está tão errado assim?

Seguinte: Ao assumir as dívidas e pagar bem além do valor da pensão que ele dá em casa, ele cortou a pensão – pelo menos por esse mês, mas nada garantido que pagará nos próximos dois – eu acho justo, realmente, mas... Com a pensão dele, minha mãe paga água, luz, leite, e às vezes – ele iria aumentá-la esse mês – sobra pra comprar comida ou algo assim. Daí sem a pensão... Bem, não temos dinheiro pra pagar água, luz, leite... e comida, HAHA Então, se ele ajuda por um lado – e ajuda muito! Ressalto que não estou dizendo que ele está errado, só estou colocando a minha visão dos fatos – ele atrapalha por outro, e no final: continuamos trancados.

Não temos dinheiro para fazer uma compra mensal no supermercado. Não temos dinheiro para pagar água, luz e leite. Não teremos dinheiro tão cedo pra comprar o box, granita, sugar... As pedrinhas lá pra trás de casa... As coisinhas mínimas, mas que estão custando demais pra quem não tem dinheiro, sabe?

Se ele tivesse aceitado a minha solução, e refinanciando o empréstimo que ele fez no nome dele, mas eu que estou pagando... Seria muito melhor! Estaríamos pagando juros? COM CERTEZA, mas com o valor da parcela do empréstimo eu não conseguiria pagar tudo e ainda comprar as coisas, por mês. E se eu tivesse o empréstimo e pagasse tudo, ele continuaria dando a pensão dele em casa, e sobraria pra água, luz, leite, comida... Você entende meu ponto, Hans?

Eu já queria uma solução TOTAL, e o empréstimo/refinanciamento seria essa solução. Assim, só temos a solução parcial... Continuamos trancados, sem dinheiro, de mãos atadas... E também não dá pra dizer isso pro Ezequiel, ou ele vai nos achar muito injustos... E talvez tenha razão. Mas é que eu estou vendo a situação pelos olhos da minha mãe – quando foi que me tornei essa pessoa, Hans? – e é isso que ela vê: “Como é que vamos comprar comida, meu Deus?”

Situação complicada, é como eu disse. A única coisa que vai sobrar do meu décimo – eu tenho que pagar mil reais que meus pais devem pro Ezequiel, lembra? – são duzentos reais... Que eu queria aproveitar o final do ano, mas desse jeito nem dá. O problema é que com duzentos reais não dá pra comprar quase nada no supermercado. E aí?

Já estou cansada, Hans.
Novembro devia ser mais fácil.
C.G.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

sobre falta de dinheiro e soluções;

NOVEMBRO, Hans.

O ano finalmente está acabando – e claro que ainda estou na vibe de falar do ano, como se fosse 31 de dezembro. Mas astrologicamente falando – e numerologicamente, também – meu ano termina em 30 de novembro, então... Me vejo no direito de antecipar a lista de coisas realizadas em 2012. Ou não. Em algum momento isso vai acontecer, de qualquer forma, prepare-se.

As coisas andam boas e tensas lá em casa... Meus pais estão preocupados com as dívidas batendo na porta e o dinheiro não entrando... E eu não posso fazer nada. Meu salário JÁ está todo comprometido com empréstimos, financiamentos, pisos, supermercado... Eles vão ter que ficar desesperados mesmo – eu realmente não posso fazer nada. E acho que o desespero é em vão, sério, Hans. Não é como se tivéssemos devendo a casa toda! Ou metade dela... O valor do desespero é irreal.

Já estou pensando do mesmo jeito da minha tia “Construir a casa era importante, pagar as dívidas também, mas isso eu pago quando estiver morando dentro dela... Eles não vai me arrancar lá de dentro, vão? Então! Eu vou pagar, eles só precisam esperar...” E minha tia devia a casa toda. Nós devemos CINCO MIL REAIS. É. SÓ. Construímos uma casa de mais de cento e cinquenta mil, e meus pais desesperados por dever cinco mil reais, pfffffff...

Eu entendo a lógica “1. Estamos devendo. 2. Precisamos pagar. 3. Não temos dinheiro.” É bem simples, e é terrível, OK, mas não deve ser desesperador... né? Ah, sei lá... No fundo estou cansada de tentar me virar em trinta, colocando todo meu salário na casa, enquanto meu irmão, que ganha de cinco a seis vezes mais que eu, não ajuda nem metade do que eu ajudo – financeiramente falando. CANSA.

E sendo egoísta, do jeito que só uma sagitariana com ascendente em sagitário sabe ser, se ele não está se importando – e meus pais não estão cobrando dele – por que eu deveria me importar e fazer mais uma dívida para ajudar nesses cinco mil? Eu sei que é super egoísta, mas... Me permito ser, neste ponto.

Vou esperar cair do céu –NOT. Nem precisa cair do céu, é só os que estão devendo para meu pai PAGAREM que a gente sai do sufoco. SIMPLES. Ou meu pai poderia vender a caminhoneta. Mas nunca se deve vender coisas quando se está desesperado... Eles pagam mal. Então... Ah, vamos todos parar no SPC e SERASA e ano que vem resolvemos isso... HAHAHAHAHAHAHA I’m kidding! Seria suicídio na certa.

Enfim, é bobeira o desespero, mas não aguento chegar em casa e encontrar meus pais que nem perú, olhando para os pés, por causa dessas dívidas. Só que eu não consigo achar uma solução que vá resolver o problema – não tenho MAIS margem no salário, para MAIS um empréstimo. Não adianta pegar mil e meio emprestado do meu irmão – EMPRESTADO, você leu bem – e ferrar com meu décimo e minhas férias, se depois vamos estar trancados por três mil e meio... E assim vai. I’m tired.  So tired...

Well... I need money, 
and I don’t know what I can do ._.
C.G.