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a Remetente
Sabe o Grilo Falante, de Pinóquio? Talvez eu só esteja em busca da minha humanidade, e Hans seja a minha consciência gritando alto. É sempre mais fácil escrever para alguém e se você supor que a pessoa te conhece a tal ponto de compreender suas maiores loucuras e seus piores pensamentos... As palavras correm soltas. Você deveria tentar qualquer dia desses.


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Correspondências

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

sobre sete cidades;

Quando não estás aqui, meu espírito se perde, voa longe...

Não sei, Hans.
C.G.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

sobre estar completamente alheia;

Não sei, Hans, não sei. E tenho dito tanto isso ultimamente, que às vezes me perco e começo a acreditar que realmente não sei de nada... Hoje foi um desses dias, sabe? É estranho você pensar sobre algo de uma forma, e de repente você ver que aquela forma não era a certa... Não que eu não admita meus erros e minhas opiniões erradas, Hans, não é isso... 

Eu nunca me importei com as pessoas. E volta e meia preciso fazer um esforço danado para me importar com elas. E me esforço. Nem sempre, por que nem sempre lembro que o certo seria se importar. Você sabe. E então quando lembro que deveria, que você deve perguntar para as pessoas como elas estão, se elas resolveram aquele problema, e se querem desabafar sobre qualquer coisa... Quando lembro que eu deveria me importar: eu me sinto tremendamente egoísta, e então me esforço. Não que eu realmente me importe, entende? Mas eu tento. Sempre achei que isso era de grande valia. O esforço.

Mas hoje eu encontrei um texto - ou como os Mestres andam dizendo por aí: estava na hora de nos encontrarmos, o texto e eu - e ele jogou por terra tudo isso. Sobre o esforço, as tentativas... Que não são tão necessárias assim, que é um processo evolutivo... Você me entende? Você consegue entender e acreditar nisso? Eu ainda estou procurando essa resposta, Hans.

Bom, o texto falava sobre a ascensão, e os quatro sinais principais que indicam que se está evoluindo... Eu colei grande parte desse texto para a Jú, e brinquei dizendo que já havia nascido com os dois primeiros sinais. E nasci, Hans. Eles falam basicamente sobre a distância emocional, aquele desligamento, o desapego... "vocês são capazes de estar completamente alheios ao que está acontecendo no mundo; [...] não é fingir que algo não esteja acontecendo, mas trata-se de não permitir que o que está acontecendo afete o seu estado emocional. [...] Se acharem mais e mais difícil entrar em contato com outros, porque eles os fazem se sentir esgotados, cansados ou vocês simplesmente acham que eles não compreendem mais a sua vida".  

Você consegue ver o que eu disse, Hans? Eu nunca consegui me apegar as pessoas, e sempre me achei deslocada por isso. Parecia tão fácil para os outros se importar. E é tão fácil para mim a via contrária. Não me entenda mal, Hans... Não é que eu não goste das pessoas... Eu só normalmente não sinto absolutamente nada em relação a elas. Nada. Claro que existe aquele círculo, que aprecio, respeito, estimo. Mas ainda assim não me importo com seus problemas ou suas vidas. Não me interessa e não sou obrigada, duas afirmações que tenho dito muito quando penso sobre as pessoas.


Mas Hans, Hans, Hans...
Eu não quero ser uma ilha. Mas nasci ilha e, contraditoriamente ao meu não querer, não sinto a menor vontade de construir a ponte com o continente.
Como vou viver neste mundo sem me importar?

Essa resposta eu ainda não tenho.
C.G.


Update:
Há algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessária tentar seriamente,uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, ecomeçar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia.
São Paulo, Abril Cultural, 1973 (adaptado)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

sobre o que já é meu;

Eu realmente preciso que você e todo o Universo me deem uma forcinha, Hans. Conspirem a meu favor, por favor.

C.G.


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

sobre pseudo-realidade;

Outubro chegou, Hans. E já estamos no dia três, parece apressado. Ontem o #Limbo completou quatro anos. Sim, quatro. Como foi que esse último ano passou, que nem percebi? Na minha cabeça eram três. Talvez não tenhamos comemorado o terceiro aniversário, por isso essa brancura no meu cérebro. Bem, acho que ano passado, mais ou menos nessa época, eu andava as voltas com a pseudo-depressão (talvez não tão pseudo assim, sabemos) da minha mãe. Certamente não deu pra comemorar o aniversário.

Bom, no mais está tudo OK. Há dramas, Hans, sempre há. Passamos semanas bem, e certo dia algo precisa abalar o nosso otimismo, e assim vai indo... Estamos bem por agora. Talvez amanhã tudo já tenha virado de cabeça pra baixo. E talvez, talvez, talvez por isso que o clichê carpe diem seja tão usado por aí.

Sabe, tenho pensado muito. Coisas aleatórias e sem sentido para a maioria, mas você certamente entenderá: não tenho planejado. Sinto falta, Hans. Na verdade, o sinto é pseudo-real: não tenho sentido muitas coisas. Os dias têm passado e eu sem sentir. Só frio e calor, esses sim tem feito diferença, você bem sabe. 

Talvez seja isso, também:
Quem prova que estamos aqui pra fazer sentido;
Ser sentido; sentir qualquer coisa?
Respirar já está de bom tamanho.



Ou não.
Eu sei, Hans.
C.G.