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a Remetente
Sabe o Grilo Falante, de Pinóquio? Talvez eu só esteja em busca da minha humanidade, e Hans seja a minha consciência gritando alto. É sempre mais fácil escrever para alguém e se você supor que a pessoa te conhece a tal ponto de compreender suas maiores loucuras e seus piores pensamentos... As palavras correm soltas. Você deveria tentar qualquer dia desses.


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Correspondências

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

sobre sonhos reais e impossíveis

Hans, Hans, Hans.

 

Voltei a sonhar. E por mais estranho que possa ser, parece que agora sou novamente eu, sabe? Meus sonhos sempre significaram muito para mim, e parece que vejo uma mensagem em cada sonho que tenho e lembro. Sim, estou falando literalmente de sonhos, sonhados enquanto durmo, claro. Mas bem, além de sonhar dormindo, também tive um pequeno sonho acordada, hoje. Mas tenho medo de falar dele, por que parece que daí o desejo vai se tornar real, e este é um sonho/desenho que é meio impossível, sabe?

 

Sim, logo eu, falando de coisas impossíveis! Esse mundo está perdido! Não é impossível, é apenas pouquíssimo provável. Mas assim... Muito, muito, muito pouco provável, entende? E não, nem depende de outra pessoa, não é nada romântico, nada disso. É sobre o futuro. É faculdade. Parece que eu encontrei o que gostaria realmente de fazer, mas... Digo: parece, por nem querer pensar direito sobre isso e acabar chegando a conclusão que quero de verdade... Você não está entendendo nada, eu sei, Hans.

 

Mas apenas pra deixar registrado: O que tem de ser, tem muita força.


Mas você precisa arranjar um jeito de empurrar, também.

Preciso encontrá-lo.

C.G.




sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

sobre vinte e três, ano novo e esperança;

Hans.

Dezembro chegou, e com ele meus vinte e três anos. Acho que nunca estive tão empolgada com uma idade antes... OK, talvez eu estivesse bem empolgada com os 22, mas... vinte e TRÊS, Hans. Você sabe o significado do número três para mim, sim? Bom, esperança é o tema dos meus vinte e três anos. Esperança. Fé renovada.

No mais, ontem peguei um dia de folga, acho que farei isso todo ano, quando der, claro. Gostei de passar o dia comigo, sem 'obrigações' a cumprir. E gostei mais ainda de receber só 'abraços' e felicitações de quem realmente importa. Você sabe o quanto eu sou fresca com essa coisa de gente efusiva.

Meu ano astral ariano "Para o Alto e Avante!" foi embora. Acho que o vivi bem, sabe? Gosto de acreditar que sim, foi um ano bem 'para o alto e avante', com duas tentativas de voar mais alto – fracassando nas duas, mas e daí? Não é como se eu realmente me importasse com esses fracassos – voei mais alto em outros sentidos também. Me conheci melhor. Conheci pessoas, Hans. Pessoas ótimas, que vou levar – se não pra sempre, mas por um bom tempo. E deixei algumas para trás... Renovação psíquica, lembra? "Deixe para trás quem não lhe convém, pequena." Deixei. Foi um processo lento, doeu um pouco, mas nada tão dolorido quanto ficar vivendo algo que não me pertence. Move on.

Claro que uma parte de mim – a teimosa, masoquista, nada esperta – ficou esperando por um 'hey, feliz aniversário, então..' do tal ser. Mas a idéia do 'ano novo, vida nova' prevaleceu, e respirei fundo aproveitando meu dia. Não dele. Somente meu.

Então, exatamente às 21h31m, entrei no meu Ano de Câncer "O Mergulho PROFUNDO na Alma"  O que esperar de um ano de Câncer, hein Hans? Bom, acho que esse será um ano que me conhecerei mais ainda. Provavelmente será menos agitado que o ano Ariano – ou não.. – mas será revelador. De toda forma, só saberei vivendo, certo?


Tenho certeza que será lindo, Hans.
Absoluta certeza.
C.G.



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

sobre AMIGOS, Daila e sentimentos;

Sabe Hans, acho que nunca damos o real valor as pessoas. Assim, você sabe que ama alguém, mas você só tem noção do quanto isso é grande quando você perde o direito de poder realmente expressar aquilo, me entende? Por isso, acho que vou começar a fazer posts para deixar registrado o meu sentimento por algumas pessoas. Um dia farei para você, também. Prometo.

Eu sei que família conhece a gente, por que são eles que estão conosco a maior parte do tempo, mas acho que no fundo eles só conhecem 'a filha, irmã, tia'. E não a pessoa em si. Poucas pessoas nos conhecem como realmente somos – e nos aceitam assim. Eu tenho minha parcela de amigos que moram longe. AMIGOS mesmo, aqueles em maiúscula, que posso contar meus medos e eles podem apontar meus defeitos, e vice-e-versa, e me conhecendo como você me conhece, Hans, sabe que isso é fácil. Ter AMIGOS – aqueles em maiúscula – que moram longe, pra mim realmente é mais fácil, você sabe o porquê.

Difícil mesmo é ter AMIGOS – maiúscula, Hans, - que moram relativamente perto. Tanto é que se desconsiderarmos a família – que tecnicamente só enxerga uma parcela do que somos  - o número é drasticamente reduzido para UMA pessoa, no meu caso. E isso é incrível, entende? Na cidade que eu detesto, entre pessoas que eu pouco gosto, eu consegui encontrar uma pessoa que vale a pena dizer 'há exceções'. E essa realmente é uma grande exceção, por que não é uma amizade de meses. São anos convivendo com meus defeitos – que não são poucos – e ainda assim, é sincera.

Divertido que, lembro a primeira vez que vi a Daila – sim Hans, é claro que é dela que estou falando, quem mais poderia ser? – e ela me assustou completamente, HAHA Apareceu na minha sala, toda feliz e sorridente, para me 'conhecer'. E eu, ainda – mais - perdida dentro de dias cinzas, não sabia lidar bem com aquela espontaneidade toda. Você sabe, em meados de 2006, eu era um tanto mais difícil de lidar. Para cada passo que uma pessoa dava em minha direção, eu dava cinco para trás. Mas acontece que Daila passou de 'amiga da minha amiga' para minha 'AMIGA', não sei dizer quando isso aconteceu de fato. Algumas pessoas simplesmente tem esse dom de nos conquistar e – no meu caso – fazer que nos permitamos ser conquistados. Aprendi a lição nº 1 de amizade com ela, eu acho: Se permitir. Se permitir gostar, confiar; Sim, principalmente confiar, quando se trata de Carolina.

Com o passar dos anos não tivemos brigas. Nada realmente sério. Fases, sim. Minhas fases. Entre dias cinzas e ensolarados eu me afastava e voltava, afastava, e voltava... Tão egocêntrica quanto sempre – apesar de pouco admitir. Acontece que hoje, dentro de uma fase de dias negros – como disse a pouco para ela – e dentro de todo o meu EGO – tão enorme quanto sempre foi e agora admitido pela minha pessoa – eu consigo perceber claramente que meus dias seriam muito sem graça sem ela. E ainda que eu não seja a pessoa 'toda abraços' que exista, e que eu esteja aprendendo aos poucos a deixar os sentimentos serem expressados, eu consigo perceber e admitir claramente o valor que ela tem na minha vida. E ela é daqui, Hans. Só uma pessoa como ela para conseguir fazer com que eu pense que Agrolândia talvez não seja tão ruim quanto eu vejo, afinal, algumas pessoas que moram aqui valem a pena. Ela com certeza é uma delas.

Então, ainda que um dia eu consiga 'ir', me apegando fortemente as palavras daquela vidente que disse 'teu futuro é longe daqui', eu sempre vou lembrar e 'voltar' por essas pessoas. O tempo passa, leva embora pessoas, vidas, fases, cidades. Mas o sentimento, quando é verdadeiro, fica.

Este vai ficar.



sobre arrogância, insignificância e meu raio de sol;

Tudo bem, Hans.

Eu concordo com você, só dou as caras por aqui quando preciso conversar. Egocentrismo, lembra? Mas vamos direto ao ponto, sim? Não adianta ficar falando do que ambos sabemos. Hans, acredito que todos nós temos defeitos, alguns mais escondidos, outros nem tanto. Eu sempre – tento! – cultivar a humildade e a modéstia, mas sabe de uma coisa? Até minha maneira de cultivar chega a ser arrogante. Eu sou uma pessoa terrivelmente arrogante, que acha que está um nível acima de todos os outros 'reles mortais'. Não é terrível? Mais terrível ainda é eu ter consciência disso, acho. Por que no fundo, eu não me importo, entende? Eu quero me importar, e ser humilde e modesta e, bem, tem vezes que até consigo, mas é algo falso, no final das contas. Por que dentro de mim eu 'sei' – não que esse 'saber' seja verdadeiro, talvez devamos substituir por 'sentir' e entender a ilusão que possa existir aí – que sou superior à eles. É o cúmulo, não é?

E o mais cômico – nem tanto, na verdade – é que tem vezes que me sinto terrivelmente insignificante. E me sinto mesmo, com todos os sentimentos do meu ser. Acho que sou essa mistura, no final das contas. Tenho isso dentro de mim, a insignificância e a arrogância. Tão irônico, Hans..

Mas sabe, eu sou uma boa pessoa. Sim, eu sei que afirmações como essa, quando verdadeiras, não são necessárias, mas enfim.. Nesse caso é. Dentro dos meus limites entre a insignificância e a arrogância eu consigo encontrar algo bom. Bom, preciso acreditar, também. Dar-se o crédito, sabe? Ainda sou criança, Hans. Amadurecendo um pouco mais a cada dia, mas sei que em toda essa minha existência nunca conseguirei chegar à maturidade completa. Bom, pelo menos disso eu tenho consciência.

Outra coisa aleatória, é que tenho percebido claramente meu humor conforme o clima. Dias quentes e ensolarados me fazer ser uma pessoa mais quente e 'ensolarada'. Já dias como hoje, bom.. Dá pra ver que estou cinza e nublada hoje, não?

Estou precisando daquele raio de Sol, sabe? Sim, você sabe.

 Eu é que não sei o que fazer com isso.
Acredito que nunca saberei, no final das contas.
A criança, certo? C.G.


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terça-feira, 11 de outubro de 2011

sobre voltas, futuro e mais do mesmo

Hans, por favor, me leva para o futuro? Me deixa ver o que ele me trará, o que será de mim, de nós, de tudo? Seria tão mais fácil.. Tão simples viver. Eu sei, ninguém disse que seria fácil, e bom... tecnicamente eu não tenho do que reclamar... Minha vida é fácil, mas dentro das facilidades dela, existem tantas complicações... Ah, Hans... 

Você sabe, não sabe? Então. Não quero mais ir por esse caminho e pra falar bem a verdade, tanta coisa mudou que acredito que não irei mais por ele, mas também não quero ir por qualquer caminho que me leve ao que o outro me levaria. Chega de coisas mal-resolvidas, Hans. Quero certezas... "Já fizemos promessas demais", lembra?

Meu coração é tão tosco e tão pobre,
não sabe ainda os caminhos do mundo.
C.G.

Ps.: Uma coisa nunca poderei negar.
Ps do Ps.: Quando estou com ele, estou em paz.

 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

sobre construções, vício e serviço social


Hans, Hans, Hans.

Não adianta, ambos sabemos – e sabíamos – que escrever diariamente não era real. É a questão de necessidade, sabe? Sim, muito egoísta da minha parte, bem sei. Mas então, voltando a programação normal – ou não – setembro passou voando, trouxe novos ares, uma primavera inteira e nova para ser vivida. Novo fôlego.

Nossa casa está sendo construída a todo vapor, como diz meu pai: “às vezes nem parece ser real”, mas estamos quase lá. Não é animador ver algo sair do papel e ser real? Construído com um tijolo por vez... A casa nova também serve de lição para minha vida, não é? Eu sempre quero começar pelo telhado das coisas, esquecendo que o primeiro passo é um fundamento sólido e resistente, para suportar todo o resto. A base de tudo. De que adianta querer logo o telhado? E o resto? As paredes? O fundamento? Um tijolo de cada vez, é o novo lema.

Fora isso, tem feito Sol e calor nos últimos dias, mas não, não estou reclamando. Cada vez que penso “mas que calor!” lembro da época em que tinha que usar três casacos, cachecol, luva, polainas e botas, e o calor volta a ser animador. Tudo é mais fácil no Verão.

E bem... sobre aquele caso.. Sou uma ex-viciada, não é mesmo? Não tenho tomado minhas doses dele, sinto falta, às vezes. Mas não é assim que tem que ser? Superar um dia de cada vez? Seria mais fácil se ele não povoasse meus sonhos. Todas as noites, Hans. Você leu bem: TODAS as noites. A parte boa é que não lembro tudo com detalhes... A parte ruim é que, bem... Eu lembro o suficiente para saber com quem sonhei... Enfim, não controlo meus sonhos e ficar incomodada com eles provavelmente só vai piorar a situação, não? Vou sobreviver, então.

Agora, mudando drasticamente de assunto: Lembra que eu estava super empolgada pra fazer Comunicação Institucional na UNIDAVI? OK, ‘super empolgada’ não, mas eu estava ‘com vontade’ o suficiente, pelo menos... Pois é.. Surgiu Serviço Social para acabar com a ‘certeza’ de ter escolhido meu curso. Oh, shit, Hans! É complicado, por que tem dias que acho que sou perfeita pra fazer Serviço Social... Tem dias que acho que não tenho NADA a ver com o perfil do curso.. Mas OK, não estou realmente paranóica sobre isso.. Eu quero realmente fazer algo, mas alguma coisa mudou por aqui, sabe? Não há mais aquela necessidade como se cada minuto sem estar numa faculdade fosse um tempo perdido... No way! Não é, aprendi que não é. O fundamento, lembra? Precisava construí-lo, antes de tudo. Acredito que já comecei, mas não sei quando ficará pronto, HAHA

Talvez já esteja, Hans.
Mas só saberei na ‘hora certa’.
C.G.




terça-feira, 30 de agosto de 2011

sobre a falta de esperança;

HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAANS, oi.

Viu a trégua que te dei? Eu sei, eu sei, o combinado era não te dar trégua, mas nem sempre é possível pôr em palavras o que se passa aqui dentro, sabe? Às vezes tenho medo, na verdade. Medo de mexer em algum cantinho aqui dentro e descobrir coisas que não quero saber. É complicado, viu? Mas estou bem, Hans.

Lembra da última carta? A releia, se for o caso, mas eu estava indecisa sobre Brasília, vou, não vou, vou, não vou, poxa.. Acho que vou. E fui. Pronto. Fui e já voltei, Hans. Foi ótima a viagem, quero de novo amanhã, depois e depois. É tão bom fugir um pouco dessa realidade cinza e passar dias ensolarados por aí, aaaah Hans...

Eu sei que você está se perguntando a mesma coisa que todos se perguntam – e me perguntam! – então... Me surpreendi, Hans. Você acha mesmo que o amor pode acabar assim? Não acaba, Hans, eu teimo em acreditar que ele não acaba... Ele vai para algum outro lugar. Mas cadê, então? Cadê todo aquele sentimento que existia que não vi, nem senti, lá? Ficou só aquela dorzinha de esperança mal usada, sabe? Aquela do tipo “Poderia ter dado certo, eu acho...” só o poderia, entende? Já no passado, já descartado... Poderia ter dado certo, mas não deu. Não dará. Entende? Aonde foi parar o ‘quem sabe um dia, quem sabe?’ Sei lá, Hans, tenho medo desses sentimentos que somem assim de uma hora para outra.

OK, sei que não foi de uma hora pra outra... Foram anos de tentativas.. Uma hora eu teria que me entregar e desistir, não? Mas confesso que nunca achei que seria assim... fácil. Rápido. Indolor.

INDOLOR. Isso. Não dói Hans, não dói e eu acho estranho. Como pode não doer? Como eu pude estar de novo ‘com’ ele e não sentir? Não esperar por nada? E não me venha dizer que ‘não era amor, então’, porque você sabe... Ah, você sabe o quanto amor que era. Que é. Por que amor é pra sempre, você sabe disso. O meu só está em algum lugar perdido aqui dentro, talvez seja melhor assim, não?

Na verdade... Não é que eu não sinta AMOR. Eu sinto, senti, sentirei. Mas a esperança... É a esperança, Hans. A esperança que se foi, o ‘acreditar no futuro’ que se foi. O amor ficou, mas quem é ele sem esperança? Apenas um sentimento bom em relação à alguém. Sem esperar nada.

Eu não tenho esperado nada, Hans.
Isso me assusta.
Mas pelo menos não dói.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

sobre sentimentos, sonhos e significados

Hans,


Tenho pensado tanto, e a cada novo pensamento sobre a mesma coisa, mais estranho tudo me parece. Onde foi parar o sentimento, Hans? Era apenas a esperança que estava tornando aquilo tão forte? Não nego que pensei no futuro, no nosso futuro, algumas vezes essa semana, mas sabe quando falta algo? Falta acreditar naquela possibilidade, e isso já não existe mais. E agora me sinto tão Evanna, com medo desse vazio que a esperança deixou.

Eu fico procurando vestígios de sentimentos, como se quisesse – talvez, talvez – encontrá-los em algum lugar, mas a cada nova tentativa, mais acho que finalmente se foi. Desapego. Será possível ir assim tão rápido? Dois anos. Sim, foram dois anos acreditando em algo que nunca acontecerá, eu sei, não foi tão rápido assim, foi apenas o... xeque-mate, a gota d’água, enfim... Você entendeu.

Estou cansada, fico repetindo isso mentalmente, sem parar. Estou cansada. Cansada do quê, afinal? Das tentativas frustradas? De viver...? E viver não é sempre tentar, tentar e tentar? A vida deveria ser mais fácil, repito também, só para depois lembrar que a minha vida não é nada difícil. Pelo menos, ainda não.

Tive um sonho essa semana, e ele não me sai da cabeça – o que é estranho, normalmente eu tenho que escreve-lo tão logo lembro, por que esqueço rápido deles. Eu estava ajudando meu pai a procurar um carro que tinha afundado em um mar/lago/água. Aquele carro tinha batido no carro do meu irmão, não sei como, não sei porquê, mas eu e meu pai estávamos tentando localiza-lo. A água era rasa, ia até os joelhos – Sim, na prática seria impossível o carro estar afundado lá, mas era um sonho, Hans – então nós percorríamos todo o lago/mar/água, tentando ver se nossos pés batiam em algo. Meu pai achou o capô de um fusca – todo enferrujado – mas não era aquilo que tinha batido no carro do meu irmão. OK. Percorremos todo o lago/mar/água e nada. Até que meu pai começou a fazer um movimento de ‘girar’ na água, - formando aqueles círculos, sabe? – e isso formou um redemoinho e tcharã! Lá estava o carro... Que não era um carro, era uma caminhoneta! SIM HANS, a água batia no joelho, mas tinha uma caminhoneta afundada no meio do lago/mar/água. Meu pai – HULK! – tirou a caminhoneta do lago e ela estava praticamente intacta, só um pequeno amassadinho na lateral, mas era ela que estávamos procurando, eu sabia. Perguntei o que ele ia fazer com ela, e ele disse que ia reformar e vender – no sonho, isso tinha lógica – mas então perguntei sobre o dono dela, e como ela tinha parado ali, ninguém tinha dado falta? Procurado? Nisso minha mãe aparece também, e lembro do sonho terminar com ela dizendo que talvez ele – o dono - soubesse demais. Como se tivessem matado ele e jogado a caminhoneta no lago/mar/água, para esconder qualquer evidência.

Agora, analisa comigo, Hans... Água representa sentimentos/emoções, right? A água parecia rasa, mas tinha aquela caminhoneta – um obstáculo, um empecilho, algo que PRECISAVÁMOS encontrar – escondida/afundada dentro dela. Meus sentimentos parecem estar todos na superfície, eu procuro pelos que estão escondidos – os sentimentos por ele? - , na parte rasa, já que é aonde eu consigo/posso chegar, mas não encontro nada. Mas tem algo grande escondido nas profundezas. Só que eu não encontro. Essa é a parte que não entendo: quem encontrará por mim? Uma figura masculina, que ‘contornará’ – o movimento circular, no caso – a situação e assim trará isso à superfície?

E o leve amassado na lateral, significaria que os sentimentos estão praticamente intactos? Quanto ao dono... Morte seria a finalização de algo, - um ciclo que chegou ao fim, assim como pedi para ele: “preciso finalizar esse ciclo”.

Se o dono fosse o ciclo, ele chegou ao fim, e o inconsciente – quem o matou? -  ‘escondeu’ as evidências – sentimentos – bem lá no fundo, me deixando ver/saber apenas da parte rasa.

Hans, o que estou deixando passar? Eu sei que você não é interpretador de sonhos, Hans, mas tente ver da forma que fiz... O que está faltando? Qual o real significado que não estou conseguindo ver?

Preciso aprender a ver, Hans.
C.G.




quarta-feira, 3 de agosto de 2011

sobre remorso, pais e Mercúrio retrógrado

Hans,


Ah, Hans... Que dia estarei livre do remorso, me diga? Comprei as passagens hoje, mas não consigo me sentir bem com isso... Bate aquele aperto, por causa da minha família.. Como se eu estivesse negligenciando eles, ou algo assim. O que não é verdade, certo? A mesada quem recebe são eles, e isso não é uma reclamação, eu concordo que temos que ajudar com os gastos, mas então... Porque além da ‘mesada’ e de uma ajuda adicional para a compra das janelas da nossa nova casa – casa essa que parece demorar a sair do fundamento, mas enfim – eu ainda sinto esse remorso por gastar numa viagem para fazer um Concurso no outro lado do país? Ah, pais...

Não usarei a expressão ‘quando eu for mãe...’ aqui, por que bem, talvez eu faça igual – ou pior! – com meus filhos, sou toda cheia de drama... Mas gosto de acreditar que os incentivarei mais. Apoiarei mais. Bem, talvez meus filhos não vão querer nada com a vida e meus incentivos serão em vão... É bem a cara da Vida, fazer uma dessas. Quem precisa de apoio, não ganha. Quem não quer, tem de sobra, HAHA Triste, muito triste.

Fora isso, Mercúrio Retrógrado está me matando... OK, ele AINDA não fez nada, - exceto não completar uma ligação - mas eu assinei um contrato hoje e... Vou morrer de medo até tudo isso passar, ooh Gosh! Sim, eu sei Hans, estou neurótica. Mas é que... Ah, estou cansada. Cansada de sentir remorsos que não convém, de me sentir egoísta – talvez a expressão correta seja egocêntrica... Por que falando sério, não sou egoísta. Sou egocêntrica. É, usaremos o termo egocêntrica, melhor.

Então... É isso. Tem muita coisa acontecendo e ao mesmo tempo nada está acontecendo e eu estou no meio disso, dessa confusão de emoções. “Me mande mentalmente coisas boas” Sim, Hans, Caio Fernando teve dias com Mercúrio retrógrado em que nada e tudo aconteceram ao mesmo tempo, eu o entendo.

Sabe quando parece que você está a mil por hora e as pessoas ao seu redor não saem do lugar? Tudo é demorado, tudo me incomoda. As pessoas me incomodam, mas não falar com elas me incomoda ainda mais.



Preciso respirar,
C.G.