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a Remetente
Sabe o Grilo Falante, de Pinóquio? Talvez eu só esteja em busca da minha humanidade, e Hans seja a minha consciência gritando alto. É sempre mais fácil escrever para alguém e se você supor que a pessoa te conhece a tal ponto de compreender suas maiores loucuras e seus piores pensamentos... As palavras correm soltas. Você deveria tentar qualquer dia desses.


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Correspondências

sexta-feira, 20 de abril de 2012

sobre dores repetidas;

A dor da perda. Quantas vezes acha possível eu sentir isso pela mesma pessoa, Hans? Não. Eu não estou chorando hoje, acho que não consigo mais. Meio clichê, não? Dizer que "sequei"... Mas sabe, é verdade, foi "a gota d'água, na última vez. Eu só... NÃO SEI, sabe? Eu não sei o porquê de estar assim, se nada novo aconteceu. 

Eu devia era ficar com raiva, com raiva pelo fato de ele aparecer quando bem quer e me deixar assim por semanas. Mas tudo bem, pelo menos dessa vez eu consegui ser firme, mas Hans.. é só da boca pra fora.

E acho que no fundo é isso... Eu estou cansada de ser muita coisa "da boca pra fora". Por que as pessoas me vêem por aí e criam uma imagem que está muito além de mim e agora eu já me acostumei em deixar a máscara brilhante, enquanto estou totalmente ofuscada por dentro. "Estou morrendo aos poucos" diz a música... Todos estamos, não é?

Às vezes finjo que estou no futuro e tudo é tão bonito e tão feliz lá. As peças se encaixam, é tudo tão... simples. O futuro sempre é bonito, né Hans, talvez por que ainda não botamos nossos problemas nele, sempre intacto... perfeito.

Uma pena que ele não nos pertence.

Tem dia que é difícil, Hans.
C.G.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

"Acho que sempre lhe amarei, só que não lhe quero mais."

Nada é fácil, nada é certo, não façamos do amor algo desonesto.
É isso, Hans.

sobre conversas que devem ser registradas;

Hans, Hans, Hans.
Para você entender melhor toda a situação, estou te enviando a cópia de uma conversa que tive com um dos meus psicólogos dessa vida... – Você não achou que era o único, achou?

Então... eu vi que ele ficou On no facebook, (eu não tenho ele adicionado, mas fui dar uma stalkeada... algumas coisas demoram a ser deixadas para trás...) e ele obviamente viu o que eu mandei e se calou. Acho que não é amor. – NÃO É. NÃO É. NÃO É. NÃO É.

É mais uma... lembrança do que fomos. Eu falei a verdade, quando mandei pra ele que "o nosso tempo passou" Eu realmente ACREDITO que passou. Eu quero ser feliz, e eu estou - estava, até receber aquela mensagem e ter medo de viver tudo de novo. Eu resumo minha relação com ele, atualmente, em: Perturbação e Medo. Eu acho que ele faz de propósito, sempre que estou numa fase ótima, ele volta e me assombra. Mas agora... Eu sinto muito medo de voltar a sofrer o que eu sofri antes, eu NÃO QUERO isso para mim, entende?

Se fosse ano passado, eu estaria nas nuvens, e certamente teria respondido algo mais... amoroso, digamos assim... Mas passou. Eu me sinto 'livre' dele, eu tentei, tentei e tentei. Fiz o que EU podia fazer, mas não dependia só de mim, então sinto que 'cumpri' com a obrigação que tinha em tentar.

Agora eu só quero é voltar a estar super bem, como eu estava. Eu amadureci bastante, se fosse ano passado, depois de ele 'sumir' assim, eu estaria ACABADA. Eu era DOMINADA pelo meu 'amor' por ele. Eu era mais 'amor' por ele do que 'amor' por mim, entende? Hoje não. Hoje eu sou mais AMOR POR MIM. Muito mais. Então, nesse ponto - da dominação - eu estou livre.

Mas é como ele disse... 'e vou te amar pra sempre', eu tenho essa noção de que isso é real, eu sei que eu vou sempre 'amar' ele, de alguma forma. Então balança? BALANÇA. Acho que não admitir é imaturidade. Mas - com todo o meu MEDO - eu sinto que estou/estarei melhor sem ele. É confuso, não é? Eu não consigo mais me imaginar com ele... Não, assim: Eu consigo imaginar, mas em seguida me vem a lembrança do que eu passei/sofri, e só consigo pensar: Não quero passar por tudo isso de novo.

 

Tenho medo.
Não é estranho? No lugar da esperança só restou o medo.
A vaga tinha que ser preenchida, de alguma forma.

C.G.

terça-feira, 3 de abril de 2012

sobre perturbação, ser masoquista e liberdade;

Para ser bem sincera com você, Hans, não vou nem começar essa carta com uma desculpa sobre minha ausência, afinal: Nem sei o que escrever nessa, só sei que preciso escrever, sabe? Aquela necessidade tremenda de botar no papel o que eu não consigo entender... Eu não sei o que está acontecendo aqui dentro e isso me assusta.
Normalmente todos os sentimentos me assustam, é verdade. Mas pior do que se assustar com eles é se assustar em não saber o que realmente são, se existem! Respiro fundo e me sinto dividida... Se uma parte de mim se encontra bem – versão 2012 – a outra ainda tem uma pontinha de 2011 e sofre. Mas não é algo tão terrível quanto foi – ainda bem! – mas está aqui. E me perturba.
Perturbação. Essa palavra resume tudo o que o Monstro dos meus sonhos representa para mim agora. Ele simplesmente chega e perturba meu sossego, minha felicidade, minha satisfação com a vida atual. "Quem foi que lhe deu esse direito?" me pergunto, sabendo que sou a resposta. Eu lhe dei esse direito, alguns anos atrás, mas agora o reivindico. O reivindiquei, na verdade, mas acho que uma parte de mim se sentiu estranha ao fazer isso. E mesmo ela sendo mínima, ela tem dominado todo o orgulho que senti ao fazer isso.
Você está entendendo, Hans? Eu finalmente disse as palavras que me libertariam para sempre dele, só que elas não vieram de graça: agora estou finalmente livre. E me sinto vazia. Não vazia de sentimento... Acho que é vazia de sofrimento.
Talvez seja isso, Hans! Dentro de mim existe uma masoquista, que está furiosa por ter perdido sua razão de sofrimento. Mas tudo bem, tudo bem... "Vamos todos sobreviver", é o que penso.

E vamos mesmo, não é?
C.G.