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a Remetente
Sabe o Grilo Falante, de Pinóquio? Talvez eu só esteja em busca da minha humanidade, e Hans seja a minha consciência gritando alto. É sempre mais fácil escrever para alguém e se você supor que a pessoa te conhece a tal ponto de compreender suas maiores loucuras e seus piores pensamentos... As palavras correm soltas. Você deveria tentar qualquer dia desses.


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Correspondências

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

sobre sentimentos, sonhos e significados

Hans,


Tenho pensado tanto, e a cada novo pensamento sobre a mesma coisa, mais estranho tudo me parece. Onde foi parar o sentimento, Hans? Era apenas a esperança que estava tornando aquilo tão forte? Não nego que pensei no futuro, no nosso futuro, algumas vezes essa semana, mas sabe quando falta algo? Falta acreditar naquela possibilidade, e isso já não existe mais. E agora me sinto tão Evanna, com medo desse vazio que a esperança deixou.

Eu fico procurando vestígios de sentimentos, como se quisesse – talvez, talvez – encontrá-los em algum lugar, mas a cada nova tentativa, mais acho que finalmente se foi. Desapego. Será possível ir assim tão rápido? Dois anos. Sim, foram dois anos acreditando em algo que nunca acontecerá, eu sei, não foi tão rápido assim, foi apenas o... xeque-mate, a gota d’água, enfim... Você entendeu.

Estou cansada, fico repetindo isso mentalmente, sem parar. Estou cansada. Cansada do quê, afinal? Das tentativas frustradas? De viver...? E viver não é sempre tentar, tentar e tentar? A vida deveria ser mais fácil, repito também, só para depois lembrar que a minha vida não é nada difícil. Pelo menos, ainda não.

Tive um sonho essa semana, e ele não me sai da cabeça – o que é estranho, normalmente eu tenho que escreve-lo tão logo lembro, por que esqueço rápido deles. Eu estava ajudando meu pai a procurar um carro que tinha afundado em um mar/lago/água. Aquele carro tinha batido no carro do meu irmão, não sei como, não sei porquê, mas eu e meu pai estávamos tentando localiza-lo. A água era rasa, ia até os joelhos – Sim, na prática seria impossível o carro estar afundado lá, mas era um sonho, Hans – então nós percorríamos todo o lago/mar/água, tentando ver se nossos pés batiam em algo. Meu pai achou o capô de um fusca – todo enferrujado – mas não era aquilo que tinha batido no carro do meu irmão. OK. Percorremos todo o lago/mar/água e nada. Até que meu pai começou a fazer um movimento de ‘girar’ na água, - formando aqueles círculos, sabe? – e isso formou um redemoinho e tcharã! Lá estava o carro... Que não era um carro, era uma caminhoneta! SIM HANS, a água batia no joelho, mas tinha uma caminhoneta afundada no meio do lago/mar/água. Meu pai – HULK! – tirou a caminhoneta do lago e ela estava praticamente intacta, só um pequeno amassadinho na lateral, mas era ela que estávamos procurando, eu sabia. Perguntei o que ele ia fazer com ela, e ele disse que ia reformar e vender – no sonho, isso tinha lógica – mas então perguntei sobre o dono dela, e como ela tinha parado ali, ninguém tinha dado falta? Procurado? Nisso minha mãe aparece também, e lembro do sonho terminar com ela dizendo que talvez ele – o dono - soubesse demais. Como se tivessem matado ele e jogado a caminhoneta no lago/mar/água, para esconder qualquer evidência.

Agora, analisa comigo, Hans... Água representa sentimentos/emoções, right? A água parecia rasa, mas tinha aquela caminhoneta – um obstáculo, um empecilho, algo que PRECISAVÁMOS encontrar – escondida/afundada dentro dela. Meus sentimentos parecem estar todos na superfície, eu procuro pelos que estão escondidos – os sentimentos por ele? - , na parte rasa, já que é aonde eu consigo/posso chegar, mas não encontro nada. Mas tem algo grande escondido nas profundezas. Só que eu não encontro. Essa é a parte que não entendo: quem encontrará por mim? Uma figura masculina, que ‘contornará’ – o movimento circular, no caso – a situação e assim trará isso à superfície?

E o leve amassado na lateral, significaria que os sentimentos estão praticamente intactos? Quanto ao dono... Morte seria a finalização de algo, - um ciclo que chegou ao fim, assim como pedi para ele: “preciso finalizar esse ciclo”.

Se o dono fosse o ciclo, ele chegou ao fim, e o inconsciente – quem o matou? -  ‘escondeu’ as evidências – sentimentos – bem lá no fundo, me deixando ver/saber apenas da parte rasa.

Hans, o que estou deixando passar? Eu sei que você não é interpretador de sonhos, Hans, mas tente ver da forma que fiz... O que está faltando? Qual o real significado que não estou conseguindo ver?

Preciso aprender a ver, Hans.
C.G.




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