Faz poucos dias que completou quatro anos que dei adeus em um aeroporto, sabendo que nunca mais veria aquela pessoa. Existem alguns instantes, mágicos, que temos toda a certeza do mundo, e mesmo que ela se esvaia em seguida, fica a sensação. Faz quatro anos que dei adeus em um aeroporto, para a pessoa que considerava ser o amor da minha vida.
Lembro que quando eu estava lá, parada, olhando para ele enquanto tirava minha mala do carro, cheguei a conclusão de que não estava mais apaixonada. Eu ainda o amava, mas não estava mais apaixonada. Essa frase virou clichê nos últimos anos (não lembro se antes ou depois de dois mil e onze), mas foi um dos pensamentos mais verdadeiros que tive em relação ao amor. Deve ter se tornado clichê justamente por isso: o amor e a paixão nem sempre morrem juntos.
Dei adeus e embarquei em um avião. Devo ter respirado fundo muitas vezes durante a viagem. Tentado descobrir exatamente onde tudo fora perdido. Hoje eu sei que o fracasso já estava desenhado desde o início, mas na época as coisas não estavam tão claras para mim. Éramos duas pessoas tão diferentes, que só mesmo karma para ter nos juntado.
Depois de um tempo, cheguei a conclusão que mesmo que eu declarasse que o amor havia morrido, não seria tão simples assim. Acabei por me resignar que, de certa forma, eu sempre o amaria.Talvez pelas lembranças, ou pelas pessoas que me faziam lembrar dele com um soco no estômago, ou ainda por ter sido o primeiro amor real. Coloquei na cabeça que eu sempre iria amá-lo, e pronto, assunto encerrado.
Então algo maravilhoso aconteceu: o tempo. Há quatro anos, dei adeus para uma das minhas paixões mais intensas, mas não sei exatamente quando me despedi desse amor. Talvez em algum momento entre o corte radical de cabelo e o início da faculdade. Entre lágrimas e sorrisos sinceros tiradas por um gato, sustos e alegrias em família, antes ou depois da casa nova...
Em algum momento, nesses últimos quatro anos, o amor finalmente morreu.
E eu me sinto em paz.
C.G.
C.G.
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