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a Remetente
Sabe o Grilo Falante, de Pinóquio? Talvez eu só esteja em busca da minha humanidade, e Hans seja a minha consciência gritando alto. É sempre mais fácil escrever para alguém e se você supor que a pessoa te conhece a tal ponto de compreender suas maiores loucuras e seus piores pensamentos... As palavras correm soltas. Você deveria tentar qualquer dia desses.


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Correspondências

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

sobre o mau humor dos dias cinzas;



O mau humor sempre está em mim. Você sabe. 

A novidade é quando ele está escondido... E até que consegui camuflá-lo bem nos últimos tempos. Mas tem dias que não dá, talvez por que eu certamente estava prevendo que o dia seria cinza e chuvoso. Tem coisa pior que dia cinza e chuvoso? Me lembra o inverno, e eu detesto o inverno. E tenho um motivo a mais para detestar a chuva: a entrada da minha rua fica um verdadeiro pântano, e eu praguejo contra caminhoneiros, dono de supermercado, e quem mais ousar passar por mim enquanto eu estou no meio da rua tentando não sujar meu sapato. Seja ele qual for.

Fora isso, minha pequena estava sem ração desde domingo a noite. Ninguém viu – no sábado – que estava acabando e ontem era feriado. Fiquei com remorso e isso deve ter contribuído para a elevação das taxas mau-humoristicas no meu sangue. Ainda que eu tenha chegado atrasada no trabalho, justamente para passar no supermercado antes e comprar a tal ração. Só que não tinha do pacote azul, só do amarelo.

Ela prefere o azul, Hans.
Ainda assim, não vejo motivos reais para o mau humor. Não vejo motivo para eu resmungar perguntando o que querem que eu faça, se o técnico da impressora não veio e é ele que cuida das manutenções nas impressoras. Mágica? O pó de pirilim-pim-pim está em falta.

O divertido da situação, Hans, é que eu sinto remorso pelo mau humor sem motivo. Havia um tempo que não, que ele podia ser descontado em qualquer um e não passava pela minha consciência que as pessoas não tinham nada a ver com aquilo. Pelo menos agora passa, viu? E tento me manter afastada da civizliação – mais ainda – em dias como o de hoje. Só que dias como o de hoje me fazem pensar em muita coisa – talvez seja o clima. Quem consegue pensar num futuro bom, em dias cinzas? Eu gosto de cor, você sabe.

Enfim, a amiga da minha irmã perguntou para ela se eu acho que encontrarei um marido trancada dentro de casa. Ah, Hans... Eu devo rir da metidice alheia? Por que meu futuro deveria passar pela mente de uma pessoa qualquer? Será que ela não tem outras coisas pra se preocupar? Acho estranho, sabe? Sei lá... Eu nunca pensei sobre o futuro dos outros. Não me interessa. E daí me é estranho pensar que interessa para os outros. Cada louco com a sua mania.

Mas não. Essa é a resposta: Não acho que eu vá encontrar o tal marido – que por acaso ela supôs que eu queira ter – trancada dentro de casa. Pra ser sincera, não acho absolutamente nada sobre esse assunto. Também me é estranho. Talvez a resposta que a minha irmã deu a ela sirva bem pra todas as perguntas do tipo: É tipo a Morte, um dia virá.

O único porém, Hans,
É que eu acredito na vida eterna.
C.G.

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