Eu sei que não devo, Hans.
Mas mesmo assim, o pensamento sempre me vem. Principalmente em casos assim, sabe? Jovens...
"Poderia ter sido eu."
Simplesmente surge ali, soando de forma distorcida. Você sabe bem. Repito que não, não poderia, muito menos deveria. Mas é aquele tipo de repetição que você deve insistir até acreditar. Só que não acredito, só finjo.
Poderia ter sido eu, Hans. Só que não foi. Só não sei se me alegro ou me lastimo. Sobre o assunto de que se trata a maioria das pessoas se alegria por não ter sido com elas. E fico repetindo que sim, eu também deveria me alegrar, ainda mais depois da minha dor-não-quero-morrer. E eu não queria mesmo. Mas já quero novamente ou é apenas essa coisa de querer até que se aproxime o suficiente para despertar o medo?
Poderia ter sido eu, Hans.
Mas não foi.
No final das contas, sei que isso deve significar alguma coisa.
C.G.
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