Ah, Hans.
As coisas tinham melhorado, sabe? Estava tudo indo para seu devido lugar, peças se encaixando... E talvez ainda estejam, no final das contas. Só não estou conseguindo ver claramente ainda.
As coisas tinham melhorado, sabe? Estava tudo indo para seu devido lugar, peças se encaixando... E talvez ainda estejam, no final das contas. Só não estou conseguindo ver claramente ainda.
Mas Hans... Meus pais estão ficando velhos e cansados, sabe? Na verdade, minha mãe está ficando velha e cansada e meu pai está ficando velho e voltando a ser criança. Hans... Vai ser difícil, entende? E conforme os anos forem passando vai ser mais difícil ainda. E quero fazer tudo por eles e pra eles, mas não posso estar em casa o tempo todo, e não posso abdicar da minha vida por eles. Ou posso? E devo? Talvez seja isso, a missão que tenho pra fazer por aqui... Acho que já comentamos sobre isso em algum momento.
Só não sei exatamente o que fazer. Depois de quarenta e três anos de casados, os defeitos se intensificam e nublam as qualidades... E não acham mais necessário deixar de criticar para não magoar... Ah.
E talvez, talvez, talvez, eu não devesse tomar lados, mas como eu poderia, sendo a filha, tão idêntica a minha mãe, que sou? E a entendo completamente, e concordo plenamente, mas ainda assim não sei o que fazer por ela. E não posso - por mais que queira - tratar meu pai como uma criança - tal qual ele vem agindo - e repreendê-lo chamando a atenção de que aquilo não é certo, de que não é assim que as coisas funcionam e de que SIM, é necessário abdicar do que se quer para agradar o outro pelo menos algumas vezes no ano, em prol do bom relacionamento.
Vai ser cada vez mais difícil, Hans. E me pego pensando o que seria deles se eu, Fabíola e Ezequiel casássemos... Por que se a solidão bate com a casa cheia de filhos, neta, gata e passarinho, o que seria sem?
Preciso de luz, Hans.
C.G.
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